Criada em 20/03/2019 às 09h00 | Agronegócio

Sindan alerta sobre consequências da retirada de vacinação antiaftosa a Estados que atravessam problemas financeiros

“Para Estados com problemas financeiros a pior coisa que poderia acontecer é receber informação de ter que fazer reserva de recursos não contingenciáveis para cuidar de sanidade. Lembrando que é para sempre. Sempre vai ter que ter recursos”, afirmou Emílio Carlos Salani.

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Salani: “O plano é robusto, complexo e muito bem delineado, mas deveria começar em 2019” (foto: Diogo França\Texto Comunicação Corporativa)


Clique no ícone acima e assista a entrevista

Estados que enfrentam dificuldades financeiras precisam estar conscientes e se preparar para a retirada da vacinação contra febre aftosa, que acontecerá em todo o país. O alerta é feito pelo vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (SINDAN), Emílio Carlos Salani, em entrevista ao Norte Agropecuário.

Ele atendeu a reportagem do portal em Vinhedo (SP), durante o 13º Road-Show para Jornalistas e Influenciadores Digitais do Agro Promovido pela empresa Texto Comunicação Corporativa. O Norte Agropecuário abordou o executivo e citou como exemplo o Tocantins, Estado que atravessa sérios problemas financeiros com reflexos diretos nas áreas da saúde e infraestrutura. No território tocantinense, a expectativa é que a retirada da vacinação aconteça a partir de 2023.

“Para Estados com problemas financeiros a pior coisa que poderia acontecer é receber informação de ter que fazer reserva de recursos não contingenciáveis para cuidar de sanidade. Lembrando que não é reserva para o próximo ano, os próximos dois anos... É para sempre. Sempre vai ter que ter recursos”, afirmou, à TVweb Norte Agropecuário. “Quanto mais tempo passar, menor vai ser a proteção do seu rebanho, menor vai ser a memória imunitária e maior vai ser o desastre do reingresso da enfermidade. Estados tem que estar conscientes”, complementou.

O PNEFA

Em palestra para jornalistas na Central de Selagem de Vacinas contra Aftosa, responsável pela validação de 100% das vacinas contra à doença comercializadas no Brasil, ele fez explanações sobre as dúvidas que envolvem o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA 2017/2026) que inicia no próximo mês de maio e visa o fim da vacinação obrigatória contra a doença.

Salani reafirmou que o Sindan não é contra a retirada, mas pede o adiamento da execução do plano para 2021, não ainda neste semestre, como está a programação. “O plano é robusto, complexo e muito bem delineado, mas deveria começar em 2019”, declarou.

A RETIRADA DA VACINAÇÃO

O tema é abordado com frequência pelo Norte Agropecuário. Em 2018, o responsável técnico pelo Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa, o médico veterinário João Eduardo Pires, da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec), detalhou em entrevista ao Norte Agropecuário No Rádio, o trabalho do Estado de retirada da vacinação.

A meta é obter o status internacional em 2023. O último caso de febre aftosa registrado no Tocantins foi em maio de 1997, em Divinópolis.

Segundo ele, com o status, o Tocantins vai agregar mais valor e trará rentabilidade aos produtores. A erradicação da vacina, com os cumprimentos do plano nacional, o Tocantins poderá abrir ainda mais mercado para a carne.

Em outra entrevista ao programa, o membro efetivo do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Tocantins (CRMV-TO), o médico veterinário Marcelo Dominici, abordou as necessidades e cuidados com a sanidade animal do rebanho brasileiro com a retirada da vacinação contra febre aftosa. "O pecuarista ganha, o vale a pena receber, uma criação de bovinos passa por um novo referenciamento, porém, o que quer que seja o serviço de defesa animal para não correr o risco de ter um surto", afirmou. “[a retirada da vacinação] É um ganho de status comercial, mas perde a condição de segurança. Para não perder a segurança, [a defesa agropecuária] terá que reforçar as fiscalizações de barreira. E em acaso de surto, tem que ter fundo para indenizar”, complementou, ressaltando que o Tocantins tem o Fundeagro, que possuía saldo de R$ 17 milhões, conforme o último boletim.

ROAD-SHOW 2019

São parceiros do 13º Road-Show, a Agro-Pecuária CFM, a Associação Brasileira da Piscicultura, a Casa Branca Agropastoril, a Phibro Animal Health, Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, o Território da Carne e Trouw Nutrition.

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