Criada em 21/02/2023 às 14h52 | Política brasileira

FNL informa ter feito, ao todo, 17 invasões no Estado de São Paulo neste mês de fevereiro

Em comunicado, ABCZ cobra de governos "providências e que adotem medidas severas que restabeleçam a ordem e a paz no campo". A Aprosoja-SP também havia emitido comunicado oficial condenando as ações e com cobranças às autoridades federais e estaduais. Aprosoja-SP também se manifestou.

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O coordenador da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), Luciano Lima, informou ao Norte Agropecuário na tarde desta terça-feira, dia 21, que o movimento realizou 17 invasões de fazendas no Estado de São Paulo neste mês. As ações, segundo ele, são nas regiões do Pontal do Paranapanema (oeste de SP), noroeste paulista e no sudeste do território paulista. A PM não confirma o número total.

No início do mês, conforme informou Luciano Lima, foram tomadas as áreas nos municípios de Nova Independência (Fazenda Santa Terezinha), Monte Castelo (Fazenda Paz). Essas áreas, ainda segundo ele, foram desocupadas.

No Pontal, desde sábado, dia 18, as propriedades alvos ficam nas cidades de Marabá Paulista (SP), Mirante do Paranapanema (SP), Presidente Epitácio (SP), Presidente Venceslau (SP), Rosana (SP), Sandovalina (SP) e Teodoro Sampaio (SP).

Dracena (SP), na Alta Paulista, e Rancharia (SP), também houve ato e as famílias estariam nos locais. Outra invasão teria ocorrido em Sorocaba (SP).

CARNAVAL VERMELHO 

As ações do chamado "Carnaval Vermelho" são da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), comandada por José Rainha Júnior, ex-líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

Esta é a primeira onda de invasões de propriedade no país desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aliado dos movimentos sociais, na Presidência da República.

As cidades alvos dos sem-terra são: Marabá Paulista (SP), Mirante do Paranapanema (SP), Presidente Epitácio (SP), Presidente Venceslau (SP), Rosana (SP), Sandovalina (SP) e Teodoro Sampaio (SP), informa o G1 Presidente Prudente (SP). "O movimento social reivindica ao governo do Estado de São Paulo agilidade na destinação de terras consideradas devolutas para a implantação de assentamentos rurais da reforma agrária. Além disso, também sustenta a inconstitucionalidade de uma lei estadual aprovada no fim do ano passado para a regularização fundiária de propriedades rurais", informou o portal de notícias.

REAÇÃO

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) se manifestou oficialmente sobre o caso. "Aos governos, bem como o Ministério da Agricultura e Pecuária e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, requeremos que tomem providências e adotem medidas severas que restabeleçam a ordem e a paz no campo", diz o comunicado.

Para a ABCZ, "as ações premeditadas do movimento “Carnaval Vermelho” vão contra a lei de regularização de terras". A entidade também se solidarizou com os proprietários rurais que tiveram as áreas invadidas. "Nossa solidariedade aos reais trabalhadores que tiveram suas propriedades invadidas."

A Aprosoja-SP também havia emitido comunicado oficial condenando as ações e com cobranças às autoridades federais e estaduais.

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Já são 9 as áreas invadidas por sem-terra no Pontal do Paranapanema, em SP; ABCZ também reage.

CLIQUE AQUI E LEIA O QUE FOI PUBLICADO SOBRE JOSÉ RAINHA JÚNIOR

"NOTA DE REPÚDIO DA ABCZ 

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) manifesta publicamente repúdio às invasões registradas no Oeste Paulista nos últimos dias.

As ações premeditadas do movimento “Carnaval Vermelho” vão contra a lei de regularização de terras.

Exigimos respeito à classe dos produtores rurais e solicitamos que as instituições federais e estaduais envolvidas tratem o caso de acordo com o que a Lei determina. Que o judiciário cumpra o papel de assegurar o direito da propriedade privada, garantida na Constituição, tratando os fatos com agilidade.

Aos governos, bem como o Ministério da Agricultura e Pecuária e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, requeremos que tomem providências e adotem medidas severas que restabeleçam a ordem e a paz no campo.

A ABCZ, instituição centenária que representa a pecuária zebuína nacional, condena os crimes cometidos contra o agronegócio e banalização que vem ocorrendo nas discussões sobre o direito de propriedade.

O Brasil, terceiro maior produtor de alimentos do planeta, só conseguirá reverter a imagem equivocada de seus sistemas de produção, quando apresentar políticas públicas eficazes de incentivo aos produtores, acesso à tecnologia e garantia de segurança, punindo de forma exemplar quem instiga, coordena e participa de invasões.

Nossa solidariedade aos reais trabalhadores que tiveram suas propriedades invadidas.

Gabriel Garcia Cid

Diretoria ABCZ 2023-2025

Uberaba, 19 de fevereiro de 2023"

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