Criada em 03/01/2023 às 07h28 | Política brasileira

Novo ministro da Agricultura projeta aumento de exportações e diz que "Lula é o melhor embaixador do mundo"

A China é a principal parceira comercial do Brasil e, disparada, do Tocantins, sendo o maior comprador de soja e carne bovina do Estado – os dois maiores ativos agropecuários tocantinenses. “A China pode ficar tranquila e agora pode confiar no Brasil”, disse o ministro.

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Carlos Fávaro respondeu perguntas do Norte Agropecuário; ele garante uma nova realidade para Embrapa: “é fundamental a pesquisa realizada com recurso público” (fotos: Mapa e Daniel Machado)

Daniel Machado
DE BRASÍLIA (DF)

O novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, senador licenciado por Mato Grosso Carlos Fávaro (PSD), disse, nesta segunda-feira, 2 de janeiro, que a China agora pode confiar no Brasil, pois o país passa a ter uma diplomacia respeitosa com as divergências e peculiaridades de cada país. A fala do ministro foi feita em entrevista coletiva em Brasília, ao responder questionamento do Norte Agropecuário sobre as exportações do Tocantins e os planos para o Matopiba.

A China é a principal parceira comercial do Brasil e, disparada, do Tocantins, sendo o maior comprador de soja e carne bovina do Estado – os dois maiores ativos agropecuários tocantinenses. “A China pode ficar tranquila e agora pode confiar no Brasil”, disse o ministro.

Ele também falou de ampliar as exportações e quantidade de parceiros, contando, para isso, com o melhor embaixador do mundo no momento: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Já estive hoje com a ministra do Reino Unido também falando de abertura de mercado, de reciprocidade. Nós temos neste momento o melhor embaixador do mundo que é o presidente Lula e ele vai nos ajudar a abrir mercados com respeito, com transparência, com legislações rígidas, cumprimento das legislações rígidas com relação ao meio ambiente para que nós não soframos sanções econômicas para nossa produção”, ressaltou o ministro.
Embrapa valorizada e voltando a promover pesquisas.

Também respondendo o Norte Agropecuário, o ministro, que fez questão de promover sua cerimônia de transmissão de cargo no auditório da Embrapa, em Brasília, garantiu uma nova realidade para a estatal, que voltará a ter recursos para pesquisas.

Como mostrou o Norte Agropecuário, o orçamento para pesquisa da Embrapa foi dizimado nos últimos anos, fazendo com que os diretores da estatal precisem percorrer gabinetes de congressistas em busca de emendas parlamentares.

Fávaro disse que isso vai mudar e a Embrapa será prioridade, pois não há como ter um ambiente de maior produção, maior produtividade e respeito ao meio ambiente sem investimentos em ciência e pesquisa.

“Eu respeito o posicionamento que até ontem que tinha a gestão da Embrapa. Eles acham que a iniciativa privada agora deve assumir a disponibilidade de orçamento, de recursos para fazer pesquisa junto com a Embapa. Eu concordo que é importante isso, mas nós não podemos esquecer que é fundamental a pesquisa financiada com recurso público, porque a iniciativa privada sempre busca o que vai dar retorno financeiro, o que vai dar lucro. E aquilo que não vai dar lucro, fica de fora. Se nós não tivermos recursos para financiar essa pesquisa, a Embrapa vai ficar refém só da iniciativa privada e assim não pode ser. Por isso nós estamos reforçando o orçamento. Nós estamos dobrando o orçamento já de R$ 160 milhões que você falou, será de R$ 300 milhões e a expectativa de um incremento R$ 200 milhões, chegaremos a meio bilhão de reais em 2023”, salientou Fávaro, ao destacar que já pediu remanejamento de recursos para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Durante a entrevista, o ministro falou de diversos assuntos, sempre reforçando que a atuação da pasta será com harmonia com os ministérios do Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário.

Ministro reforça compromisso de combater a fome no país

Antes da entrevista, ao receber o cargo, Fávaro destacou a importância da agropecuária para garantir alimentação para todos os brasileiros. “Imagine quantos brasileiros não puderam almoçar hoje. Esse é nosso primeiro desafio. E a agricultura, a produção de alimentos tem um papel fundamental”, destacou.

Para Fávaro, é preciso capacitar as pessoas para que possam ter uma renda maior. “Temos que pensar na renda, na qualificação, no treinamento e capacitação das pessoas para que homens e mulheres deste país possam, com o suor do seu trabalho, ter dignidade, comprar seu alimento e viver melhor”.

Segundo o ministro, o principal gargalo do Ministério da Agricultura é a imagem do Brasil em relação à questão ambiental. “O Brasil se tornou um pária mundial em relação ao meio ambiente e à produção sustentável. Precisamos reconstruir pontes com a comunidade internacional não porque eles querem, mas porque se faz necessário”.

Lembrando os questionamentos sobre as relações do Mapa com o Ministério do Meio Ambiente e com o recém-criado Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fávaro disse que “todos se surpreenderão”. “Estamos todos no mesmo barco”, disse para a plateia que acompanhava a cerimônia de transmissão de cargo de ministro, no auditório da sede da Embrapa.

Ao passar o cargo para Fávaro, o ex-secretário executivo do Mapa, Márcio Eli Almeida, disse que o agro brasileiro tem a responsabilidade de garantir a segurança alimentar e zelar pelos recursos ambientais do Brasil e do mundo. “É tempo de todos somarmos esforços para o sucesso da gestão de Fávaro. O seu sucesso é o sucesso do agro brasileiro”, disse, representando o ex-ministro Marcos Montes.

Participaram da cerimônia o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o senador Jayme Campos (União/MT), o deputado federal Neri Geller, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual Eduardo Botelho. (Com informações do Ministério da Agricultura)

CLIQUE AQUI E CONFIRA OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA COLETIVA DO NOVO MINISTRO 

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