Daniel Machado
De Brasília (DF)
O orçamento discricionário da Embrapa, ou seja, aquele para a promoção de pesquisas e inovação agropecuária vem caindo ano após ano abruptamente. Isso faz com que os diretores da empresa e os chefes das unidades locais frequentem seguidamente o Congresso Nacional para visitar os deputados e senadores dos seus estados em busca de emendas parlamentares que possam garantir recursos para investimentos.
Nas visitas é apresentada uma tabela com os valores orçamentários discricionários da Embrapa de 2005 a 2021. Os números, já atualizados pelo IPCA (Índice Nacional de Preço ao Amplo), mostram que em 2021 a Embrapa teve apenas R$ 165 milhões de orçamento discricionário. Em 2020, o valor foi de R$ 262 milhões. Os dois montantes são os menores da história. Já 2019, primeiro da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), também está entre os mais baixos com R$ 322 milhões, montante pouco maior que o de 2018, mas abaixo de todos os anteriores.
Além disso, na comparação com o passado, é possível perceber uma redução acentuada nos recursos de pesquisa da Embrapa. O montante de 2021 representa menos de 18% dos R$ 944 milhões de 2012, melhor ano da estatal. Para completar, a expectativa para 2022 não é nada positiva. Conforme a programação do governo federal já aprovada na LOA, serão R$ 171 milhões para pesquisa e inovação.
Segundo o professor e economista Waldecy Rodrigues, a situação é um problema para a competitividade da economia brasileira. “Essa queda no ano de 2021 que já vem persistindo há dez anos é, sobretudo, um problema muito sério para economia brasileira. A economia do Brasil tem vantagens na agropecuária e na agroindústria, mas essa queda é lamentável e traz prejuízos. O Brasil precisa rever essa situação, pois a Embrapa é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do país”, destacou o economista.
Confira, no quadro, a evolução do Orçamento de Pesquisa e Inovação da Embrapa.
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