Criada em 17/05/2019 às 18h17 | Pecuária

Dia de Campo ensina produtor de leite a superar a seca sem aumentar os custos; capim capiaçu apresenta maior produção

No tempo de seca fica mais difícil garantir alimentação de forma contínua ao rebanho; o custo é alto. Pensando nisso, a Secretaria de Desenvolvimento Rural de Palmas e a Embrapa realizaram um Dia de Campo para falar dos benefícios do capim capiaçu, que apresenta maior produção.

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Dia de campo realizado nesta sexta-feira, 17, foi dedicado a pecuária leiteira. (Foto Luciana Pires / Secom Palmas)

Juliana Matos
DE PALMAS (TO)

Garantir alimentação constante e sem altos custos no período da seca é uma das dificuldades do produtor de leite. Na seca, a queda na oferta e qualidade de pasto muitas vezes leva também à queda da produção e obriga o pequeno produtor a adquirir de fora da sua propriedade alimentação para as vacas.

Sob orientação da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Dirceu Martins, que é pequeno produtor de leite de Palmas, realizou o plantio de uma espécie melhorada de capim-elefante, o capiaçu. Espécie que apresenta maior produção de matéria seca (silo) e menor custo em relação ao milho e à cana de açúcar.  

“Estou satisfeito com o crescimento. O capiaçu desenvolve muito bem. Acredito que vou conseguir suprir no período da seca as 15 vacas e economizar muito em relação ao que precisei investir no ano anterior”, explicou o produtor. Em 2018, por falta de alimento, ele precisou investir cerca de R$ 14 mil em alimentação. O custo de plantio do capiaçu em uma área de 0,7 hectare, segundo ele, ficou em torno de R$ 2.500.

A espécie melhorada foi apresentada a produtores rurais de Palmas na manhã desta sexta-feira, 17, durante um Dia de Campo, na zona rural da Capital. O evento para pequenos e médios produtores foi organizado pela Seder e parceiros a fim de apresentar os resultados já obtidos nas primeiras propriedades que receberam o capiaçu e demonstrar o processo de silagem do capim.


O capiaçu é uma ótima alternativa de alimentação de qualidade o ano todo.
As vacas melhoram a fisiologia reprodutiva e a produção de leite aumenta.  

A produção de leite na Capital ainda é pequena, apesar do grande potencial do mercado consumidor. O secretário municipal de Desenvolvimento Rural, Roberto Sahium, frisou quão grande é o mercado consumidor local de leite. “Em 2013, a média de produção em Palmas era de 1.500 litros de leite por dia. Conseguimos elevar essa produção hoje para 10 mil litros por dia. Cresceu mas, ainda não supri o consumo da cidade que é de 150 mil litros de leite diários. Precisamos investir neste segmento e para aumentar essa produção é preciso ter comida para o gado, inclusive no período da seca. E é isso que estamos demonstrando aqui”, disse Sahium.

Capiaçu

Os benefícios do emprego do capiaçu são muitos. O médico veterinário da Seder, Cláudio Sayão, explicou que o capiaçu é uma ótima alternativa para elevar a produtividade da propriedade. “Com alimentação de qualidade o ano todo, as vacas melhoram a fisiologia reprodutiva e a produção de leite aumenta.  Assim o rendimento da propriedade cresce, já que sem precisar adquirir alimentação de fora, não haverá diminuição do custo da produção”, reforçou Sayão.

O produtor Emivaldo Luiz de Queiroz tem 25 vacas em sua propriedade. Segundo ele, 80% da produção média de 10 litros por dia de leite são destinadas à fabricação de queijo. “Plantei recentemente. Com 36 dias, ele já está com 1,5m de altura. Acredito que o capiaçu vai ser a principal fonte da alimentação das vacas nesta seca. Digo isso porque quantidade produzida em pequeno espaço de tempo já é bem elevada. Minha expectativa é grande porque vejo que o desenvolvimento do capim é muito bom”, avaliou Queiroz. (Da Secom Palmas)

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