Criada em 08/06/2017 às 12h39 | Política brasileira

Ficará caro para produzir alimentos, afirma presidente da Abramilho sobre índice de juros do Plano Safra lançado por Temer

Alysson Paolinelli defende nova negociação. “Por isto vamos vamos precisar voltar à mesa de negociação para melhorar estas condições para não colocar a renda do produtor nem o crescimento do setor em risco”, salienta.

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Presidente da entidade aponta que, com o possível declínio da Selic, a cada mês o plantio terá um valor por hectare, deixando as contas do produtor bastante confusas (foto: Agência Brasil)

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Abramilho, o ex-ministro da agricultura Alysson Paolinelli, fez críticas à política de juros no Plano Safra lançado nessa quarta-feira, 7, pelo governo federal. “O governo federal trabalha com a perspectiva de que até o final de 2017 a inflação vai cair e, portanto, os juros da Selic podem chegar à faixa dos 6%. Se este cenário se confirmar, nós estaremos pagando muito caro para produzir os alimentos que a população brasileira precisa, uma vez que os financiamentos para o setor agropecuário foram estabelecidos pelo novo Plano Safra, lançado, em Brasília, pelo presidente Temer e pelo ministro Blairo Maggi, em 7,5 e 8,5%”, disse.

Ele defende nova negociação. “Por isto vamos vamos precisar voltar à mesa de negociação para melhorar estas condições para não colocar a renda do produtor nem o crescimento do setor em risco”, salienta.

Paolinelli explica que o início do plantio de várias culturas será a partir de agosto e termina lá por novembro. Com o possível declínio da Selic, a cada mês o plantio terá um valor por hectare, deixando as contas do produtor bastante confusas. Ele entende que este contingenciamento foi devido à PEC de controle de gastos do governo federal, mas acredita que haja recursos e margem para melhorar as condições que foram oferecidas no plano.

“Veja, mesmo tendo recordes de produção - no milho por exemplo, podemos chegar a 100 milhões de toneladas -, o produtor não está tão bem quanto parece”, assinala, lembrando que em 2016 houve quebra de produção em várias regiões, afetando o caixa de milhares de milhocultores. “Ainda que a segunda safra recupere um pouco a renda do produtor, por ter custos mais baixos, a situação não está folgada no campo e, com estes juros propostos, vai continuar o aperto”, afirma.

SEGURO RURAL

Defensor de outro modelo de seguro rural, em que os recursos sejam entre o governo federal e a iniciativa privada, Paolinelli afirma que o valor liberado para esta safra, R$ 550 milhões, foi bom, para o modelo atual de seguro. “Agora, para o modelo que estamos propondo, não é nem um pouco suficiente”, finaliza.  (Com informações do Portal DBO e Agropress)

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