O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Abramilho, o ex-ministro da agricultura Alysson Paolinelli, fez críticas à política de juros no Plano Safra lançado nessa quarta-feira, 7, pelo governo federal. “O governo federal trabalha com a perspectiva de que até o final de 2017 a inflação vai cair e, portanto, os juros da Selic podem chegar à faixa dos 6%. Se este cenário se confirmar, nós estaremos pagando muito caro para produzir os alimentos que a população brasileira precisa, uma vez que os financiamentos para o setor agropecuário foram estabelecidos pelo novo Plano Safra, lançado, em Brasília, pelo presidente Temer e pelo ministro Blairo Maggi, em 7,5 e 8,5%”, disse.
Ele defende nova negociação. “Por isto vamos vamos precisar voltar à mesa de negociação para melhorar estas condições para não colocar a renda do produtor nem o crescimento do setor em risco”, salienta.
Paolinelli explica que o início do plantio de várias culturas será a partir de agosto e termina lá por novembro. Com o possível declínio da Selic, a cada mês o plantio terá um valor por hectare, deixando as contas do produtor bastante confusas. Ele entende que este contingenciamento foi devido à PEC de controle de gastos do governo federal, mas acredita que haja recursos e margem para melhorar as condições que foram oferecidas no plano.
“Veja, mesmo tendo recordes de produção - no milho por exemplo, podemos chegar a 100 milhões de toneladas -, o produtor não está tão bem quanto parece”, assinala, lembrando que em 2016 houve quebra de produção em várias regiões, afetando o caixa de milhares de milhocultores. “Ainda que a segunda safra recupere um pouco a renda do produtor, por ter custos mais baixos, a situação não está folgada no campo e, com estes juros propostos, vai continuar o aperto”, afirma.
SEGURO RURAL
Defensor de outro modelo de seguro rural, em que os recursos sejam entre o governo federal e a iniciativa privada, Paolinelli afirma que o valor liberado para esta safra, R$ 550 milhões, foi bom, para o modelo atual de seguro. “Agora, para o modelo que estamos propondo, não é nem um pouco suficiente”, finaliza. (Com informações do Portal DBO e Agropress)
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