Mesmo sem antecipação da colheita da soja, exportações do Tocantins no primeiro bimestre ultrapassam R$ 900 mi e igualam 2022

Daniel Machado
De Brasília (DF)

Mesmo sem a antecipação da colheita da soja e, portanto, praticamente sem qualquer número da comercialização internacional da oleaginosa - principal ativo agropecuário do Estado -, as exportações do Tocantins no primeiro bimestre do ano alcançaram US$ 178,6 milhões (R$ 921,8 milhões na cotação desta quinta-feira, 9 de março). O valor é praticamente igual aos US$ 179 milhões de janeiro e fevereiro de 2022 somados.

Os dados foram apurados pelo Norte Agropecuário no Comex Stat, sistema oficial de informações sobre transações internacionais administrado pelo governo federal.

A diferença é que no ano passado o Estado já havia exportado muita soja (quase 124 mil toneladas por mais de US$ 62 milhões) e, agora, as vendas externas desse grão são só de US$ 3,7 milhões. Isso se dá porque em 2022 a soja começou a ser colhida em grande escala já em janeiro, possibilitando a venda antecipada para o exterior.

Neste primeiro bimestre de 2023, por sua vez, o grande destaque das exportações tocantinenses é o milho, com 295 mil toneladas vendidas para o exterior por US$ 85,9 milhões. O valor é 18 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Já a carne bovina, que está na segunda colocação, computou US$ 60,4 milhões exportados agora, contra 68,9 milhões dos dois primeiros meses de 2022. Em volume, as vendas foram quase iguais – pouco mais de 13 mil toneladas - , mostrando que ainda não aparece efeito da suspensão das exportações da proteína animal brasileira.

Boas perspectivas para 2023, aponta especialista

Consultor, engenheiro agrônomo e professor, Thadeu Teixeira Júnior explicou que as chuvas demoraram um pouco para chegar no quarto trimestre de 2022, o que atrasou um pouco o plantio da soja e, assim, a colheita é mais tardia. Mesmo assim, ele destacou que já tem produtores com 100% colhido e as exportações vão começar a aparecer nos meses seguintes.

Sobre o milho, ele destacou que a safra do cereal foi muito grande no ano passado e o esvaziamento dos armazéns agora para o produtor poder abrir espaço para a soja explicam o volume expressivo nas vendas. “Nós tivemos um grande destaque para milho no último ano e principalmente agora no início do ano onde os produtores tiveram que esvaziar seus silos para colocar a soja que começava a ser colhida. Então, teve um grande volume de exportações fazendo com que realmente o milho se destacasse”, salientou.

Thadeu Teixeira projeta que a área plantada de soja no Estado tenha chegado a 1,3 milhão de hectares, enquanto o milho ficará com cerca de 550 mil hectares. Segundo ele, isso deve garantir bons números de grãos das duas maiores culturas agrícolas tocantinenses.

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Exportações tocantinenses no primeiro bimestre:

2023 - US$ 178.645.202
2022 - US$ 179.034.222
2021 - US$ 53.565.036
2020 - US$ 69.707.114
2019 - US$ 59.121.486
2018 - US$ 28.475.293
2017 - US$ 28.066.004
2016 - US$ 41.679.631
2015 - US$ 31.989.211
2014 - US$ 41.475.401
2013 - US$ 36.847.526
2012 - US$ 27.138.711
2011 - US$ 13.204.369
2010 - US$ 15.894.506