Daniel Machado
De Brasília (DF)
Insumos fundamentais para garantir a lavoura, os fertilizantes estão bem mais caros em 2022, inclusive para as empresas do Tocantins. Na média, os valores da importação por tonelada mais do que dobraram (aumento de 132%) no primeiro bimestre deste ano na comparação com os primeiros dois meses de 2021.
Mesmo assim, o volume importado subiu 67%, chegando a 80.659 toneladas agora, contra 48.331 toneladas dos meses de janeiro e fevereiro do ano passado. Em dinheiro, a alta do preço fez com que o crescimento registrado fosse de quase quatro vezes (293%), passando de US$ 10,9 milhões (R$ 55,6 milhões) no primeiro bimestre de 2021 para US$ 43 milhões (R$ 218,8 milhões) agora.
Tanto o valor, quanto o volume de importação de adubo, são os maiores da história para o período. A disparada no preço do insumo já havia sido destaque do Norte Agropecuário em fevereiro. A situação tende a se complicar ainda mais nos próximos meses se a guerra na Ucrânia persistir. Isso porque 85% de todo o adubo utilizado no Brasil é importado e, o maior fornecedor, é a Rússia. Após invadir a Ucrânia, os russos vêm sofrendo pesadas sanções comerciais internacionais, inclusive com bloqueio de sistema bancário, dificultando assim o comércio exterior e, por conseguinte, a exportação de suas commodities.
Impacto na lavoura e na mesa do consumidor
Com os custos de produção muito mais altos, há uma tendência de os preços também aumentarem de forma significativa. Assim, além do impacto para o produtor rural, que precisará investir mais dinheiro para fazer o cultivo adequado da lavoura, haverá reflexos para o consumidor, com os alimentos ficando mais caros.
Venezuela disparada maior fornecedora de adubo para o Tocantins em 2022
Sem nunca ter vendido sequer um quilo de adubo de forma direta para o Tocantins, a Venezuela é em 2022 disparada a maior fornecedora do Estado.
O país, produtor de ureia, um dos principais componentes dos fertilizantes, comercializou ao Estado 20.769 toneladas de fertilizantes, o que corresponde a 26% do total. Em dinheiro os valores alcançaram US$ 15 milhões (R$ 76,33 milhões). Os valores são 86% superiores aos da Rússia, segunda colocada, que comercializou ao Tocantins 14.250 toneladas de adubo por US$ 8 milhões (R$ 40,9 milhões).
Na terceira posição está a Alemanha, que vendeu 13 mil toneladas de adubo por US$ 7,39 milhões (R$ 37,56 milhões).
Clique aqui e ouça a reportagem completa
Deixe um comentário