Criada em 12/05/2017 às 16h41 | Agronegócio

Fábricas de ração para peixes podem colocar o TO entre os maiores criadores do Brasil; Estado hoje ocupa 15º lugar no ranking

O Espaço Inovar desenvolvido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden) especialmente para a Agrotins 2017 tem foco na piscicultura devido ao grande potencial do Estado.

Imagem
O bag fish, sistema desenvolvido no Tocantins, possui baixo custo de investimento e pode ser implantado em pequenos espaços, sendo ideal para o pequeno produtor. (Foto Arquivo Secom Palmas)

Daniela Oliveira
DE PALMAS

O Tocantins possui grande potencial para a produção de peixes e uma enorme variedade de espécies, prova disso é que a piscicultura é um dos setores do agronegócio que mais cresce no Estado e com potencial para crescer ainda mais. Esse foi o foco da terceira oficina sobre piscicultura, realizado durante a 17ª Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins), no Espaço Inovar.

O encontro, promovido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden), reuniu, na manhã dessa quinta-feira, 11, representantes de empresas da cadeia de criação de peixes, de órgãos governamentais, de instituições de ensino e estudantes para discutirem as oportunidades de negócio para a piscicultura, os incentivos fiscais estaduais e investimentos para o setor.

Abrindo as apresentações, Eric Routldege, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Pesca e Aquicultura do Tocantins, disse que o estado tem as condições favoráveis para a criação de peixe. “O Tocantins possui disponibilidade de água em grande quantidade e de qualidade, e temperatura ideal para várias espécies de peixes”, afirmou.

No cenário nacional, dez estados estão entre os maiores criadores de peixes, sendo o principal Rondônia, que deve saltar de 87 mil toneladas, em 2016, para 150 mil toneladas neste ano. O chefe da Embrapa explicou que o Tocantins, que ocupa a 15° no ranking nacional, tem potencial para estar entre os maiores produtores, o principal entrave, segundo ele, é a falta de fábricas de ração dentro do estado. “No Tocantins, a ração pode representar 80% do custo de produção. Ter fábricas no estado vai baratear o custo e aumentar a competitividade”, disse durante a apresentação.

Conduzindo o evento, o gerente de Arranjos Produtivos da Seden, Marcondes Martins, disse que a proposta da secretaria é proporcionar um ambiente de aproximação entre os atores do setor na busca de propostas que visem melhorar a cadeia produtiva do peixe no estado. A oficina de hoje foi encerrada com uma rodada de negócios entre os participantes.

Aproveitando a realização da Agrotins, o Espaço Inovar, trouxe palestras, oficinas e estandes voltados para diferentes públicos, mas com foco na piscicultura. Para os produtores, por exemplo, além de informação e estandes de fornecedores do setor, a secretaria apresentou um mecanismo com informações para o manejo do tambaqui. “Esse mecanismo de disco giratório foi pensado para facilitar o manejo para o piscicultor. Ele dá informação de uma de forma rápida, fácil e simples e pode ser usado em qualquer lugar, até onde aplicativos que precisam de acesso à internet não podem, pois muitas propriedades não têm acesso à internet”, falou.

A simplicidade do mecanismo, feito em papel com dois discos giratórios, um com informações sobre a quantidade de ração a ser administrada de acordo com a quantidade de peixe e o tamanho do tangue e, outro com dados sobre o período de engorda e o peso médio a que deve chegar o peixe, facilita o manejo, especialmente para quem não sabe lidar com tecnologias. “A proposta é disponibilizar a informação numa linguagem que o público consiga acessá-lo”, reforçou.

DEGUSTAÇÃO

Ainda, uma grande estrutura foi montada ao lado do Espaço Inovar, na Agrotins, dedicada à piscicultura. No espaço é possível conhecer exemplares de espécimes criados no Tocantins e dados sobre projetos desenvolvidos pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e pela Seden. Os visitantes também podem fazer a degustação de peixes criados no estado, em receitas variadas como bolinhos, quibe, almôndegas e hambúrguer.

O professor doutor da UFT, Pedro Mujica, explica que a proposta do espaço de degustação foi divulgar um programa, já em desenvolvimento, de incentivo ao consumo de pescado no Tocantins. “Estamos divulgando as vantagens nutricionais dos peixes que são produzidos pela piscicultura da região, como uma forma de estimular o consumo de altíssimo valor nutricional”, destacou.

O professor acrescenta que o consumo também faz parte da cadeia de criação de peixes. “Se não incentivarmos o consumo, a cadeia não vai funcionar de forma eficiente, porque não vai ter demanda”, reforçou.

PISCICULTURA NO TOCANTINS

Em 70% dos municípios do Estado a piscicultura comercial está presente, porém em alguns de forma informal. Atualmente o município com o maior criatório de peixes é Almas, no Sudeste do Tocantins.

A cadeia produtiva da piscicultura movimenta cerca de R$ 180 milhões ao ano e gera cerca de 4.500 empregos diretos e 6.750 indiretos. E conta com frigoríficos para o abate de peixes, laboratórios para a produção de alevinos e apenas uma fábrica de ração para peixe.

Dentre as espécies de peixes encontradas em criações no Estado estão o Tambaqui, a Caranha, o Piau, o Pirarucu, o Matrinxã e o Cachara. (Da Secom)

Tags:

Comentários


Deixe um comentário

Redes Sociais
2024 Norte Agropecuário