Criada em 01/02/2019 às 18h20 | Exportações

Mapa reage a ameaça russa de restringir soja brasileira: traços de glifosato são mais de cem vezes inferiores ao limite permitido

Russos querem que brasileiros reduzam a quantidade de pesticidas. No Brasil o limite máximo permitido é de 10 ppm (partes por milhão), valor mais rigoroso que o definido no Codex Alimentarius (20 ppm), mas superior ao estabelecido pelas autoridades russas, que é de 0,15 ppm.

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Em nota oficial divulgada na tarde desta sexta-feira, dia 1º, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que a quantidade de glifosato encontrada em carregamento de soja brasileiro na Rússia não oferece risco à saúde. "Os traços de glifosato em carregamento de soja na Rússia são mais de cem vezes inferiores ao limite permitido", informou o governo em comunicado.

O governo da Rússia informou ao Brasil que poderá adotar restrições temporárias à importação de soja se os produtores brasileiros não reduzirem a quantidade de pesticidas --especialmente herbicidas com o ingrediente glifosato-- nos grãos vendidos ao país.

A informação foi publicada pelo Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia e enviada ao Ministério da Agricultura brasileiro, que confirmou à Reuters o recebimento do comunicado russo.

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Conforme o Mapa, no Brasil o limite máximo permitido é de 10 ppm (partes por milhão), valor mais rigoroso que o definido no Codex Alimentarius (20 ppm), mas superior ao estabelecido pelas autoridades russas, que é de 0,15 ppm.

"As autoridades brasileiras iniciaram processo de averiguação e investigação interna e estão em contato permanente com suas contrapartes russas, de modo a evitar solução de continuidade", informa o Mapa.

  1. POSIÇÃO DOS RUSSOS

Na nota, os russos afirmam que informaram o governo brasileiro sobre a necessidade de tomar medidas urgentes para garantir o cumprimento dos regulamentos técnicos da União Aduaneira sobre a segurança dos grãos em termos de conteúdo de pesticidas nos produtos enviados à Rússia.

A Rússia ainda alertou sobre "possível introdução de restrições temporárias à importação de soja do Brasil em caso de falha do lado brasileiro em adotar medidas corretivas o quanto antes".

A exportação de soja do Brasil para os russos representa uma parcela pequena dos embarques totais do país, que somaram no ano passado um recorde de 83,8 milhões de toneladas, tendo a China como o principal cliente.

Os embarques brasileiros para a Rússia em 2018 somaram 1,09 milhão de toneladas, praticamente estável ante o volume de 2017, de acordo com dados do governo federal.
Em sua nota, os russos destacam o alto grau de toxicidade para humanos e animais do glifosato, um dos pesticidas mais usados na agricultura brasileira. Alguns países europeus, como Suécia e Dinamarca, baniram o uso do produto.

No Brasil, no entanto, o herbicida é defendido como essencial para manter a produção de larga escala da agricultura brasileira.

Em setembro do ano passado, quando uma decisão judicial determinou a suspensão do registro de produtos à base de glifosato --liminar depois derrubada-- o então ministro da Agricultura Blairo Maggi, ele mesmo um empresário do setor, afirmou que seria inviável produzir no Brasil sem o produto.

A maior parte da soja do Brasil é transgênica, resistente a herbicidas à base de glifosato.

Entre as empresas que comercializam a soja resistente ao glifosato está a Bayer, que comprou a norte-americana Monsanto. (Com informações do Mapa e da Terra)

LEIA A NOTA DO MAPA NA ÍNTEGRA:

Autoridades russas comunicaram a detecção de traços de glifosato em carregamento de soja proveniente do Brasil. Os níveis detectados são mais de cem vezes inferiores aos limites acordados no Codex Alimentarius e não constituem, portanto, risco à saúde.

No Brasil, o limite máximo permitido é de 10 ppm (partes por milhão), valor mais rigoroso que o definido no Codex Alimentarius (20 ppm), mas superior ao estabelecido pelas autoridades russas, que é de 0,15 ppm.

As autoridades brasileiras iniciaram processo de averiguação e investigação interna e estão em contato permanente com suas contrapartes russas, de modo a evitar solução de continuidade.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reitera seu compromisso com a segurança alimentar e a qualidade dos alimentos produzidos e exportados pelo Brasil.

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