Criada em 24/11/2017 às 15h37 | Agronegócio

Queda dos preços no agronegócio está ajudando no controle da inflação brasileira, aponta Boletim Mensal do Cepea

Segundo a entidade, esse cenário reflete principalmente a grande oferta em volume de produção do segmento. No caso dos grãos, o mercado vem apresentando elevada disponibilidade ao longo do ano, diante da boa produtividade de produtos como soja e milho.

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Apesar do expressivo crescimento em volume, 2017 foi marcado por fortes quedas de preços para os produtos do agronegócio. (Foto Divulgação Web)

Leonardo Gottems
DE SÃO PAULO

Em seu último boletim mensal, divulgado nesta sexta-feira, 24, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) afirma que o agronegócio está ajudando no controle da inflação. De acordo com a entidade, isso ocorre em função do movimento de queda dos preços relativos à atividade, que apesar de provocar perda de rentabilidade da produção do setor frente à média da economia, tem impacto positivo sobre a economia e a sociedade.

“Produzindo mais a preços menores, o setor contribuiu com o maior abastecimento, com a geração de divisas e o controle da inflação. A queda mais acentuada nos preços relativos, de 11,6%, foi observada no ramo agrícola, com reduções relevantes nas cotações de grãos e também de hortifrutícolas”, afirma o Cepea, que é vinculado à Esalq/USP.

Segundo a entidade, esse cenário reflete principalmente a grande oferta em volume de produção do segmento. No caso dos grãos, por exemplo, segundo pesquisadores do Cepea, o mercado vem apresentando elevada disponibilidade ao longo do ano, diante da boa produtividade de produtos como soja e milho. No ramo pecuário, as quedas nos preços relativos foram mais amenas, com a pressão vinda especialmente da bovinocultura de corte.

O crescimento do PIB-volume do agronegócio está estimado em 6,3% neste ano, considerando-se informações disponíveis até agosto/17, segundo indica pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). O impulso vem do ramo agrícola, que deve registrar aumento de 9,2% em 2017, visto que, para o ramo pecuário, a estimativa é de retração, de 0,4%.

“Apesar do expressivo crescimento em volume, 2017 foi marcado por fortes quedas de preços para os produtos do agronegócio, o que, por sua vez, pressiona a renda do setor. Na comparação de janeiro a agosto de 2017 com o mesmo período de 2016, o decréscimo nos preços médios do agronegócio é de 9,5% em relação aos da economia como um todo. Então, considerando-se as informações disponíveis até agosto/17, estima-se retração interanual de 3,8% no PIB-renda do agronegócio brasileiro”, conclui. (Com informações Agrolink)

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