Criada em 03/07/2017 às 15h08 | Agronegócio

Projeto Carne Carbono Neutro promove um diferencial na pecuária de corte

Esse processo é viabilizado pela presença do eucalipto consorciado com pastagens, em que o carbono imobilizado pelas árvores gera um saldo que equilibra as emissões do elemento para a atmosfera decorrentes do metabolismo dos animais.

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O uso da Integração Pecuária-Floresta na criação de bovinos de corte para compensação das emissões de metano entérico, um gás de efeito estufa, e o conforto animal são a essência do conceito Carne Carbono Neutro (CCN).

Esse processo é viabilizado pela presença do eucalipto consorciado com pastagens, em que o carbono imobilizado pelas árvores gera um saldo que equilibra as emissões do elemento para a atmosfera decorrentes do metabolismo dos animais. Com isso, tem-se um sistema ambientalmente mais amigável, que aumenta a sustentabilidade da produção e agrega valor à carne.

Em iniciativa apoiada pela Rede de Fomento ILPF, uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) em sistema silvipastoril encontra-se em fase de implantação na Fazenda Lagoa dos Currais, situada no município de Cordisburgo-MG. A URT será utilizada na validação do protocolo CCN.

A ação é resultante de parceria estabelecida entre a Embrapa Gado de Corte, a Embrapa Milho e Sorgo e a Guzerá Marca S. Trata-se da primeira propriedade de Minas Gerais envolvida no âmbito de um projeto nesse tema.

O pesquisador Álvaro Resende, da Embrapa Milho e Sorgo, informou que na etapa inicial, uma equipe da Embrapa esteve na fazenda para realizar a caracterização das pastagens e a avaliação dos estoques de carbono presentes no solo em talhões de pastagem solteira e em sistema silvipastoril com eucalipto-braquiária de quatro anos. “Essas áreas receberão lotes de bovinos para avaliação de desempenho animal nas duas condições, considerando o ganho de peso e atributos de qualidade da carne”.

“A produção e o valor nutritivo da forragem serão monitorados ao longo da estadia dos animais nos respectivos talhões. Foi realizado inventário florestal e o mesmo procedimento será repetido ao final do trabalho de acompanhamento, para quantificar o incremento de madeira no período, dado que será usado para estimar o nível de compensação que a presença das árvores proporciona em relação ao metano emitido pelos animais”, disse o pesquisador Miguel Gontijo, da Embrapa Milho e Sorgo.

A criação entre árvores também deve oferecer maior conforto térmico aos bovinos pela presença de locais sombreados, dentre outros fatores favoráveis de ambiência. “Espera-se que a comprovação desses e de outros benefícios da pecuária em sistema integrado com floresta proporcione um novo patamar de sustentabilidade e de valorização da carne brasileira, justificando uma possível certificação e concessão do ‘Selo Carne Carbono Neutro’ a produtores devidamente auditados e qualificados nessa modalidade de produção diferenciada”, ressaltou Gontijo.

CARNE CARBONO NEUTRO

O selo Carne Carbono Neutro (CCN) é uma marca-conceito registrada pela Embrapa no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Este selo visa atestar a carne bovina que apresenta seus volumes de emissão de gases de efeito estufa (GEEs), neutralizados durante o processo de produção, pela presença de árvores em sistemas de integração tipo silvipastoril (Pecuária-Floresta, IPF) ou agrossilvipastoril (Lavoura-Pecuária-Floresta, ILPF), por meio de processos produtivos parametrizados e auditados. (Da Embrapa Milho e Sorgo)

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