Criada em 26/09/2017 às 15h45 | Agronegócio

Pesquisadores da Embrapa e USP aprofundam análise sobre densidade básica da madeira em três espécies de eucalipto

Três espécies de eucalipto foram alvo da pesquisa cujo resultado foi apresentado no congresso ocorrido na última semana, no Centro de Energia Nuclear na Agricultura, na Esalq/USP.

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A densidade básica é uma característica quantitativa com forte controle genético e varia com o ambiente e com o genótipo. (foto de Antônio Veríssimo de uma plantação em São Bento do Tocantins)

Cristina Tordin
De São Paulo

Laerte Scanavaca Júnior, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e José Nivaldo Garcia, professor da Esalq/USP analisaram aspectos da densidade básica da madeira de eucalipto - característica importante porque reflete o desempenho silvicultural e tecnológico, de fácil determinação e baixo custo.

O eucalipto é o gênero mais plantado no mundo porque é de rápido crescimento e se adapta aos mais diferentes tipos de solos e clima. O trabalho avaliou as influências climatológicas na densidade básica em função do melhoramento genético. Foram selecionadas três espécies, o Eucalyptus grandis, bastante melhorado, o E. urophylla, medianamente melhorado e o E. camaldulensis, praticamente selvagem.

“Realizamos uma revisão nas principais revistas científicas. Foram selecionados 351 trabalhos com E. grandis, 147 com E. urophylla e 85 com E. camaldulensis. Os dados foram tabulados e correlacionados com a densidade básica”, explica Laerte.

A densidade básica é uma característica quantitativa com forte controle genético e varia com o ambiente e com o genótipo. Deste modo, as características ambientais diminuem sua influência em função do melhoramento genético sofrido pela espécie, além de ser importante para caracterizar madeiras para os mais diversos fins, pois se correlaciona com as características físicas e mecânicas da madeira.

Conforme os pesquisadores, há um aumento da densidade básica com a idade, reflexo das mudanças nas dimensões das fibras, maior comprimento e espessura da parede, a medida que a árvore envelhece. Isso só não aconteceu no E. grandis, e para os dados climatológicos tanto na origem como nas procedências, não houve correlação alguma em função da manipulação genética da espécie. No E. Urophylla, a origem influenciou mais que as procedências. A Longitude foi a característica que mais influenciou em função das precipitações que diminuem de Oeste para Leste. No E. camaldulensis todos os dados climatológicos não se correlacionaram em função da ampla distribuição geográfica da espécie na origem e o grau de melhoramento da espécie, neste caso, procedências do deserto foram misturadas com as da costa, que recebe mais de 1700 mm de precipitação.

O trabalho foi apresentado no Congresso Novos Tempos na Pesquisa, Transformação, Liderança e Inovação, de 20 a 22 de setembro, no Centro de Energia Nuclear na Agricultura, na Esalq/USP. (Da Embrapa Meio Ambiente)

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