Criada em 01/04/2019 às 16h04 | Meio Ambiente

Pesquisador aponta benefícios econômicos e ambientais com a adoção do sistema lavoura-pecuária-floresta

O pesquisador da Embrapa Florestas, Vanderley Porfírio considera que a integração lavoura-pecuária-floresta é uma oportunidade de negócio para produtores brasileiros – pequeno, médio ou grande. O sistema pode ser adotado de diferentes formas, com inúmeras culturas e espécies animais.

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O sistema é adptável a qualquer região. (Foto Gisele Rosso Embrapa)

Juliana Ferreira
DE COLOMBO (PR)

Vanderley Porfírio-da-Silva, pesquisador da Embrapa Florestas em sistemas agrossilvipastoris, apresentou durante o 6º Workshop Embrapa Florestas/Apre, as oportunidades para a pecuária brasileira com o uso da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).

O pesquisador lembrou que o assunto tem evoluído desde os primeiros estudos realizados entre os anos de 1970 e 1980, quando o enfoque estava no produto florestal com o gado usado em plantações florestais convencionais. O objetivo na época era obter benefícios do controle do desenvolvimento das plantas não desejadas no sub-bosque e melhorar o fluxo de caixa nos primeiros anos de crescimento florestal.

Já na década de 1990, havia o enfoque florestal, no qual eram consorciados a agricultura e o pastoreio visando à obtenção dos benefícios do cultivo agrícola no crescimento das árvores e a melhoria do fluxo de caixa nos primeiros anos de crescimento florestal. No caso das propriedades pecuárias, estas usavam as árvores nas pastagens convencionais como forma de proteger o gado, controlar a erosão do solo e gerar uma renda extra dos produtos das árvores.

Mais recentemente, nos anos 2000, segundo o pesquisador, passou-se a considerar o olhar sobre produtos pecuários integrados aos agrícolas. As árvores entraram em pastagens formadas. Por fim, na metade dos anos 2000, a madeira começou a ser considerada como um elemento importante nessa equação, inclusive com algumas propriedades investindo em serrarias para agregar valor à matéria-prima.

“A integração lavoura-pecuária-floresta ganhou ainda mais espaço, mostrando uma evolução importante”, afirmou. Na definição apresentada por Porfírio-da-Silva, a ILPF é uma estratégia de produção agropecuária que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais, dentro da mesma área. Pode ocorrer em cultivo consorciado, em rotação ou sucessão, de forma que haja interação entre os componentes, gerando benefícios mútuos.

Ainda de acordo com a explicação do pesquisador, “a ILPF pode ser adotada de diferentes formas, com inúmeras culturas e diversas espécies animais, adequando-se às características regionais, às condições climáticas, ao mercado local e ao perfil do produtor, pequenos, médios e grandes”.

Benefícios

Entre os benefícios apontados com a implantação da estratégia estão otimização e intensificação da ciclagem de nutrientes no solo; manutenção da biodiversidade e sustentabilidade da agropecuária; aumento da renda líquida permitindo maior capitalização do produtor; redução da pressão pela abertura de novas áreas com vegetação nativa; mitigação das emissões de gases causadores do efeito estufa; maior otimização dos processos e fatores de produção.

Pesquisa

Para estimular o uso do modelo, foi criada a Rede Fomento ILPF, uma parceria público-privada formada pelas empresas Cocamar, Dow AgroScience, John Deere, Parker, Syngenta e a Embrapa. O objetivo é o de acelerar uma ampla adoção dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta por produtores rurais como parte de um esforço visando a intensificação sustentável da agricultura brasileira.

Iniciada em 2012, a Rede, que é co-financiada pelas empresas privadas e pela Embrapa, apoia uma rede com 97 Unidades de Referência Tecnológica (URTs) distribuídas em todos os biomas brasileiros e que envolve a participação de 19 Centros de Pesquisa da Embrapa. (Da Embrapa Florestas)

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