Criada em 13/11/2023 às 09h03 | Exportações

Soja e milho somam 81% das exportações do Tocantins, que estão no mesmo patamar de 2022

Milho cresce muito e já está à frente da carne bovina no total; presidente da Aprosoja-TO ressalta que volumes de produção compensaram quebras de safra e preços.

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Soja e milho somam 81% das exportações do Tocantins, que estão no mesmo patamar de 2022. (Foto: Divulgação)

Daniel Machado
De Palmas (TO)

Respaldadas por um comércio muito forte com a China, principal parceira comercial do Brasil e disparada maior cliente do Tocantins, as exportações do Estado alcançaram a cifra de US$ 2,76 bilhões (R$ 13,56 bilhões) de janeiro a outubro deste ano. O montante é praticamente o mesmo registrado nos primeiros dez meses do ano passado – apenas 0,4% maior agora.

Os dados foram apurados e analisados pelo Norte Agropecuário no Comex Stat, sistema oficial do governo federal para transações comerciais internacionais.

De tudo que foi vendido, 67% é soja, principal ativo agropecuário do Tocantins, e 14% milho. Assim, juntos, a oleaginosa e o cereal atingem 81% das vendas externas do Tocantins. Em relação aos primeiros dez meses de 2022, os dois produtos agrícolas tiveram aumento de comércio para outros países.

De soja, até agora, o Tocantins vendeu 3,5 milhões de toneladas por US$ 1,84 bilhão. O crescimento em volume chegou a 16% e, em dinheiro, 7%. Já de milho, o Estado comercializou para outros países 1,54 milhão de toneladas por US$ 383 milhões. Na comparação com o mesmo período de 2022, o valor é 22% maior e a quantidade 34%.

Os crescimentos maiores em volume do que em dinheiro comprovam que houve uma redução no preço internacional destas commodities. Além disso, os produtores sofrem com a valorização do real no período, o que também acaba influenciando no faturamento dos agricultores.

Outro destaque é que as exportações de milho, neste ano, superam as vendas externas de carne bovina, até então sempre segunda colocada no geral. Nestes primeiros dez meses do ano, o Estado comercializou para outros países US$ 336 milhões em carne, valor US$ 47 milhões menor do que o registrado com milho.

Países compradores

Na soja, a China lidera quase de forma absoluta a lista de compradores do Tocantins. O gigante asiático é importa (em dinheiro) 76% do grão do Estado. Espanha, com 8%, e Tailândia, com 3%, ficam na segunda e na terceira colocações.

No milho, a liderança também é da China, mas com números muito parelhos em relação aos outros compradores. Os chineses adquiriram 24% do milho exportado pelo Estado, a Espanha vem logo a seguir com 23%, com Arábia Saudita e Coreia do Sul empatadas na terceira posição com 10% cada. É a primeira vez que a China aparece à frente na compra do cereal no período.

Aprosoja-TO destaca os grandes estoques a produtividade

Conforme o presidente da Aprosoja-TO (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Tocantins), Dari Fronza, a safra de soja no Estado foi muito boa e, segundo ele, ainda há grãos estocados, pois os produtores foram surpreendidos com a queda nos preços e seguraram parte das vendas. “Parte da soja acabou ficando nos armazéns, mas agora o agricultor vai vender pelo preço que tiver, infelizmente”, ressaltou o líder ruralista.

Em relação ao milho, a safra não foi boa, pois houve uma quebra por causa de fatores climáticos. Contudo, os produtores plantaram muito mais e havia ainda estoque do ano passado, potencializando as exportações. “Com certeza, esse aumento do faturamento foi porque nós plantamos uma das maiores safras da história do Tocantins de milho e mesmo com a quebra os números ainda são bastante grandes. Temos que destacar que essa entrada da China no mercado também é importante para nós”, ponderou.

Industrialização da produção

Dari Fronza também comemorou o recente anúncio da Tocantins Bioenergia e do governador Wanderlei Barbosa sobre o projeto de construção de uma planta de etanol de milho em Miranorte-TO. A usina terá capacidade para processar 500 mil toneladas de milho por ano e contará com investimentos superiores a R$ 1,1 bilhão, gerando mais de 500 empregos na região. O início das operações está previsto para outubro de 2026.

“Tivemos uma notícia muito boa nesses últimos dias onde as primeiras indústrias de etanol irão se instalar no Tocantins. Isso vai trazer mais geração de renda, mais empregos e o nosso Tocantins vai crescer. Sempre acreditamos que as agroindústrias iriam chegar”, lembrou, ao dizer que isso foi uma notícia muito boa para o setor.

Clima traz muitas preocupações

Sobre o plantio da safra de 2023/2024, Dari Fronza afirmou que os produtores estão muito apreensivos, pois alguns já concluíram o plantio da soja, mas outros sequer puderam começar por causa das chuvas desparelhas. “Vamos rezar para São Pedro mandar chuva aqui. Infelizmente não é só o Tocantins. No Nordeste, todo o Centro-Oeste, muitos problemas em Goiás e no Mato Grosso que é o maior Estado produtor da oleaginosa. Há muita área sem plantar e muito replantio, o que gera muitos prejuízos”, ponderou o presidente, ao destacar que a chuva que vem dizimando as lavouras da Região Sul do Brasil está faltando no Tocantins.

Principais números:

Exportações do Tocantins de janeiro a outubro
Total: US$ 2.763.254.534
Total de países que receberam exportações do Tocantins em 2023: 88

Maiores compradores:
China – 62%
Espanha – 9%
Arábia Saudita – 3%
Soja
Dinheiro - US$ 1,84 bilhão (aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2022)
Volume - 3,5 milhões de toneladas (aumento de 16%)

Principais compradores de soja do Tocantins
China – 76%
Espanha – 8%
Tailândia – 3%
Milho
Dinheiro - US$ 383 milhões (aumento de 22%)
Volume - 1,54 milhão de toneladas (aumento de 34%)

Principais compradores de milho do Tocantins
China – 24%
Espanha – 23%
Arábia Saudita e Coreia do Sul – 10% cada

Participação total nas exportações do Tocantins em dinheiro
Soja - 67%
Milho - 14%
Carne bovina - 12%

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