Importação de fertilizantes no Tocantins cai 62% em volume no primeiro semestre

Daniel Machado
De Palmas (TO)

Insumo fundamental para a lavoura, os fertilizantes foram importados em quantidade bem menor pelas empresas do Tocantins no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Conforme dados levantados pelo Norte Agropecuário no Comex Stat, sistema oficial do governo federal com as informações de comércio internacional, o Estado adquiriu do exterior 81 mil toneladas de adubo de janeiro a junho de 2023, contra 212,7 mil toneladas dos primeiros seis meses de 2022.

Em dinheiro, as operações também despencaram: US$ 34,4 milhões agora contra US$ 141 milhões do primeiro semestre de 2022 – redução de 76%. Para o engenheiro agrônomo, professor e consultor Corombert Leão de Oliveira, os dados podem apontar para uma redução do uso de fertilizantes por parte dos agricultores e, consequentemente, uma diminuição na produtividade. “Em anos normais, no segundo semestre é quando mais se importa em fertilizantes. Então, o agricultor já fecha a venda do seu produto, e compra para a próxima safra. Esse ano no Tocantins foi diferente. Realmente se tem exportado mais, mas parece que o produtor está menos capitalizado”, frisou o especialista. Segundo ele, esse seria o quadro normal.

No entanto, a situação atual pode indicar que o produtor tocantinense comprou menos no segundo semestre de 2022 e no primeiro de 2023. “Quer dizer, ou ele está esperando recurso, crédito para comprar os fertilizantes ou ele vai aplicar menos fertilizantes na próxima safra e ter uma produtividade menor”, finalizou.

Rússia é o maior fornecedora

Mesmo em guerra contra a Ucrânia, a Rússia segue sendo a maior fornecedora de fertilizantes para o Tocantins. As empresas do país receberam 45% do montante investido pelos empreendedores tocantinenses no primeiro semestre de 2023. Essa situação de ter a Rússia como principal parceira do setor vem se intensificando desde 2016, quando a Tocantins Fertilizantes, maior empresa do Estado no ramo e uma das maiores do país, foi vendida para um grupo controlado por um milionário russo.

Na segunda colocação, com 13,4%, aparece o Marrocos, pouco à frente da Alemanha, que vem 12,7%. Omã, com 9%, e Canadá, com 7%, também forneceram adubos em quantidade consideráveis. Outros países ainda venderam o insumo para o Estado, mas em volumes bem menores.

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Confira os principais números da importação de fertilizantes por parte dos empreendedores do Tocantins de janeiro a junho:
Volume
2023 - 81 mil toneladas
2022 - 212,7 mil toneladas
Redução - 62%

Dinheiro
2023 - US$ 34,4 milhões
2022 - US$ 141 milhões
Redução - 76%

Maiores fornecedores do Tocantins em 2023
Rússia - 45%
Marrocos - 13,4%
Alemanha - 12,7%
Omã - 9%
Canadá - 7%