Criada em 12/06/2023 às 08h20 | Exportações

Exportações de carne caem 30% em dinheiro e 15% em volume nos primeiros cinco meses

Ao todo, o Tocantins exportou nos primeiros cinco meses deste ano 32,6 mil toneladas de carne por US$ 149,7 milhões (R$ 729 milhões). Produtor analisa mercado da pecuária, destaca que momento é de buscar negociar com os credores e recomenda reduzir investimentos.

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Exportações de carne caem 30% em dinheiro e 15% em volume nos primeiros cinco meses. (Foto: Divulgação)

Daniel Machado
De Palmas (TO)

Com o preço médio em dólar do quilo de carne tocantinense vendida para o exterior 20% menor este ano na comparação com 2022, as exportações de proteína animal bovina do Estado caíram 30% em dinheiro e 15% em volume de janeiro a maio de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado.

Ao todo, o Tocantins exportou nos primeiros cinco meses deste ano 32,6 mil toneladas de carne por US$ 149,7 milhões (R$ 729 milhões). No mesmo período do ano passado, a quantidade de carne foi 37,4 mil toneladas e, em dinheiro, o montante chegou a quase US$ 215 milhões. Além disso, em 2023 cada quilo de carne do Estado está sendo vendido para os outros países por uma média a US$ 4,59, enquanto em 2022 o valor era de US$ 5,74.

“Nós tivemos uma mudança significativa que foi no volume de vendas da carne para a China. Diminuiu muito a exportação para a China. Eu acho que isso foi a principal mudança no comportamento do mercado. O pior foi a queda significativa no volume do dinheiro que nós perdemos 30% no valor exportado. Isso para nós é muito ruim. Nos deixa muito preocupado”, destacou o pecuarista Júnior Marzola.

Mesmo com a redução das compras chinesas, o gigante asiático ainda lidera com muita folga a lista de compradores de carne bovina do Tocantins com 57% do total. Os Estados Unidos estão na segunda colocação com 8%, a Arabia Saudita vem em terceiro com 5% e Rússia e Hong Kong completam as cinco primeiras colocações com 4% cada.

Segundo Marzola, embora produtores invernistas destaquem que a reposição de bois está boa, a situação é muito complicada para os criadores.

“A nossa base, o maior volume de produtores, são criadores. Então pode ter uma relação de troca melhor do boi gordo para o bezerro, mas o criador está muito sofrido. E o mercado é isso que a gente já sabe. O que que aconteceu? Nós tivemos aí quatro cinco anos com retenção de fêmeas, que gerou uma super oferta bezerros e causou esse desequilíbrio que está agora o bezerro pouco valorizado e o boi gordo, mesmo com a queda da arroba, tendo uma valoração melhor na troca por bezerro. Eu acredito que nós temos um ciclo e esse ciclo vai perdurar até o final do ano que vem porque nós temos visto que os frigoríficos estão tendo aí em torno de 15% a mais de abate de fêmeas do que as médias históricas. Esses 15% vão voltar a equilibrar a balança”, ressaltou.

Por fim, Marzola aconselha a procurar os credores para renegociar as dívidas. “Nós temos visto nos grupos muito desespero, muitas ações difíceis. Negocie a dívida, vá aos bancos, converse com os gerentes, os governos também estão soltando aí alguns planos para negociação, porque está ruim pagar dívida com boi R$ 200”, explicou, ao destacou, o recomendar segurar investimentos nas propriedades.

Exportações de carne do Tocantins de janeiro a maio:

Volume
2023 - 32,6 mil toneladas
2022 - 37,4 mil toneladas
*Redução - 15%

Dinheiro
2023 - US$ 149,7 milhões
2022 - US$ 214,9 milhões
*Redução - 30%

*Mesmo com as quedas bruscas tanto em volume, quanto em dinheiro, as exportações são as segunda maiores da história para o período e só perdem para o ano passado mesmo.

Principais compradores de carne do TO em 2023
China - 57%
Estados Unidos - 8%
Arábia Saudita - 5%
Rússia - 4%
Hong Kong - 4%

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