Criada em 17/02/2023 às 07h30 | Exportações

Mesmo com redução de valor médio por quilo, exportações de carne tocantinense sobem 14% em dinheiro no mês de janeiro

Em volume, alta ficou em 28%. Ao todo, o Tocantins exportou 7,14 mil toneladas de carne bovina por US$ 32,4 milhões (cerca de R$ 170 milhões). Pecuarista fala em desequilíbrio que vem prejudicando os produtores rurais.

Imagem
O produtor rural Júnior Marzola destacou que a cadeia da carne, atualmente, está desequilibrada, com prejuízo para os pecuaristas. (Foto: Divulgação)

Daniel Machado
De Brasília (DF)

Apesar de uma redução de 11% no valor do preço médio do quilo comercializado para o exterior, as exportações de carne tocantinense subiram 14% em dinheiro e 28% em volume em janeiro de 2023 na comparação com o primeiro mês do ano passado.

Ao todo, o Tocantins exportou 7,14 mil toneladas de carne bovina por US$ 32,4 milhões (cerca de R$ 170 milhões). Os dados foram apurados e analisados pelo Norte Agropecuário no Comex Stat, sistema oficial do governo federal sobre transações comerciais internacionais.

Com esses números, janeiro de 2023 é o melhor primeiro mês da história das exportações de proteína animal. Isso ocorre mesmo com o quilo da carne sendo comercializado em média a US$ 4,54 (R$ 23,82), contra US$ 5,09 (R$ 26,73) de janeiro de 2022.

Disparada, China é a maior compradora do Tocantins

Como ocorre desde o final de 2019, a China segue disparada no posto de maior compradora da carne tocantinense exportada. Sozinha, a China continental soma 69% (US$ 22,36 milhões) das aquisições de proteína animal bovina do Estado. Somando com Hong Kong (região especial chinesa com certa autonomia), o percentual fica em quase 70,5%.

Na segunda posição, vem os Estado Unidos, com 6%. Depois, ainda se destacam Rússia (4%), Malásia (4%) e Indonésia (3%).

Produtor rural fala em desequilíbrio na cadeia do setor e aponta prejuízo para pecuaristas

Liderança na área, o produtor rural Júnior Marzola destacou que a cadeia da carne, atualmente, está desequilibrada, com prejuízo para os pecuaristas. Segundo ele, houve uma super oferta super oferta de boi de confinamento, permitindo aos frigoríficos baixar o preço pago aos produtores em até 25%. “A indústria teve a oportunidade de testar o mercado e eles foram abaixando o boi, tivemos aí mais ou menos 25% de quebra de preço na arroba do boi gordo e uma concentração de receitas e de ganhos na mão dos frigoríficos. Os números deixam isso claro”, lamentou.

Além dessa situação, Marzola afirmou não existir uma política clara do novo governo federal para o setor, aumentando o desânimo dos produtores. Hoje, segundo ele, a pecuária está sem rumo, esperando apenas a reação do mercado, que vem tendo grande abate de fêmeas. “E isso vai causar ano que vem um bezerro caro e um bezerro caro, sobe o boi gordo. Então nesse momento nós entendemos com muita clareza que não existe justificativa para baixar o preço do boi gordo em torno de 25% sendo que não houve essa retração no preço da venda do boi gordo, da mesma forma que houve um aumento na venda da carne. Nós precisamos de ter um ajuste na cadeia produtiva nesse momento”, pontuou o pecuarista.

Clique aqui e ouça reportagem completa sobre o tema.

Quadro

Comentários


Deixe um comentário

Redes Sociais
2024 Norte Agropecuário