Criada em 07/10/2021 às 07h41 | Exportações

Exportações de carne do Tocantins aumentam 21% e já passam de US$ 256 milhões

Pecuarista destaca que hábito chinês deve fazer números subirem; Vivian Machado também lamenta dificuldade interna brasileira e defende produtores rurais.

Imagem
"O Tocantins tem a carne que a China quer e nós temos que aproveitar muito isso, pois é um mercado promissor que tende a crescer a cada dia”, ressaltou a pecuarista Vivian Machado.

DANIEL MACHADO
De Brasília (DF)

As exportações de carne do Tocantins seguem aumentando rapidamente e trazendo muito dinheiro para o Estado. De janeiro a agosto o Estado vendeu para o exterior 54.048 toneladas de carne bovina por US$ 256,6 milhões (R$ 1,36 bilhão).

Tanto em dinheiro, quanto em volume, os números são os maiores da história para o período, superando os recordes de 2020. Na comparação direta com o ano passado, o aumento percentual em dinheiro é de 21%. Já na quantidade de carne, a elevação ficou em 5%.

Esses grandes números são amparados no comércio com a China, maior parceira comercial do Brasil e, disparada, principal compradora do Tocantins.

De toda a carne exportada pelo Estado, 63% teve como destino o gigante asiático. Hong Kong, que é uma região especial chinesa com certa autonomia, comprou 10%. Mais atrás vêm Filipinas e Indonésia, com 5% cada uma.

Carne do Tocantins é bem aceita na China e exportações tendem a subir

Conforme a pecuarista Vivian Machado, a expectativa é que as exportações de carne tocantinense sigam subindo. Segundo ela, desde a peste suína africana que atingiu o rebanho de porcos chinês em 2019, a China ampliou a importação de carne bovina e ela entrou no agrado da população do país.

Ela ressalta que o gado tocantinense, mais magro e criado a pasto, produz uma carne muito bem quista pelos chineses. “Para o mercado asiático, especificamente o chinês, é uma carne bem vinda, pois é isso que eles buscam. O Tocantins tem a carne que a China quer e nós temos que aproveitar muito isso, pois é um mercado promissor que tende a crescer a cada dia”, ressaltou Vivian.

Além disso, ela lembrou das comemorações do Ano Novo Chinês, a partir do dia 1° de fevereiro de 2022. Os festejos duram cerca de 15 dias e devem ampliar o consumo de carne bovina, aumentando a necessidade de importação por parte do país mais populoso do mundo.

Pecuarista lamenta dificuldades da população que enfraquecem mercado interno

Vivian lamentou a situação econômica do Brasil, que derrubou as vendas no mercado interno. “Em razão do baixo poder de compra, aumento da inflação, essa crise econômica que nos rodeia tem se mostrado cada dia mais forte e, infelizmente, não vejo perspectivas de aumento do consumo interno nos próximos meses”, frisou.

Supermercados e casas de carne não mexeram na margem de lucro e a culpa fica com os produtores, diz Vivian

Segundo a pecuarista, outro fator que dificulta o crescimento das vendas de carne no mercado interno é a postura dos supermercados e casas de carne. Vivian destacou que esses estabelecimentos não mexeram na margem de lucro e, com isso, a carne realmente tem saído a um preço alto para o consumidor geral.

“Infelizmente o pecuarista tem levado a culpa por esse aumento, pela inflação no preço da carne. E a única margem de lucro que é realmente impactada com as oscilações do mercado é do pecuarista. Os outros setores mantém a margem independente do mercado (internacional e nacional), enquanto os produtores todos os dias são afetados pelo preço da arroba e dos insumos para produção”, lamentou Vivian.

Principais números das exportações de carne do Tocantins janeiro a agosto

Total de toneladas - 54.048
Total em dinheiro – US$ 256,6 milhões
Aumento em dinheiro em relação ao mesmo período de 2020 – 21%
Aumento em volume – 5%
Principais compradores de carne do Estado:
China 63%
Hong Kong 10%
Filipinas 5%
Indonésia 5%

Comentários


Deixe um comentário

Redes Sociais
2024 Norte Agropecuário