Criada em 27/01/2023 às 08h28 | Exportações

Exportação de algodão tocantinense ultrapassa a quantia de US$ 13 mi em 2022

Tanto em volume, quanto em dinheiro, são disparados os melhores números da história. Especialista da Embrapa destaca aumento de valores internacionais e boa safra do ano passado como principais fatores.

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Especialista da Embrapa, Valdinei Sofiatti, destaca aumento de valores internacionais e boa safra do ano passado como principais fatores. (Foto: Divulgação)

Daniel Machado
De Brasília (DF)

Muito lucrativa, mas também bastante cara, a cultura de algodão no Tocantins alcançou recordes de exportação em 2022 com quase 6 mil toneladas vendidas por US$ 13,12 milhões ( cerca de R$ 67 milhões).

Tanto em volume, quanto em dinheiro, são disparados os melhores números da história. Em relação a 2022, o crescimento em valores foi de 102%, enquanto em quantidade ficou em 60%. Os dados foram apurados e analisados pelo Norte Agropecuário no Comex Stat, sistema oficial do governo federal sobre transações comerciais internacionais.

Para o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa, Valdinei Sofiatti, parte desses resultados se explicam pelo preço internacional da fibra no ano passado, que atingiu o maior patamar desde 2012. Segundo ele, cada libra peso (493 g) chegou a custar US$ 1,5 no mercado internacional. Na média de todo o ano, a tonelada de algodão tocantinense foi comercializada para outros países por US$ 2.188, enquanto em 2021 o valor ficou em US$ 1.734.

“Esse valor exportado gerou uma receita recorde para o Estado. A produção de algodão no Tocantins tem se mantido em termos de área nos últimos anos. No ano passado nós tivemos uma boa safra o que também ajudou a ter uma boa produtividade e ajudou a ter esses valores elevados de exportação”, explicou o especialista.

Conforme a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a área plantada de algodão no Estado ficou em torno 5,9 mil hectares. Já a safra somou 9,5 mil toneladas.

Questão de preço é decisiva para aumento ou não da área da fibra

Sofiatti explicou que o preço e conjuntura econômica internacional sempre vão balizar a possibilidade de se aumentar a área plantada e a produção de algodão no Estado. Isso porque o algodão não é alimento e sim vestimenta, o que acaba não sendo um bem de primeira necessidade. Assim, em tempos recessivos, a procura pela fibra baixa muito. “Queira ou não, o algodão compete com a cultura do milho quando plantado em segunda safra e também com a cultura da soja caso o produtor plante em safra única, que é uma realidade mais do Sul do estado. Então nós temos preços de milho e soja em bom patamar, e o algodão nesse final de 2022 e início de 2023 deu uma reduzida bem elevada no preço”, detalhou o pesquisador.

Regiões de cultivo de algodão no Tocantins

Atualmente, conforme Sofiatti, a melhor região para o plantio do algodão no Estado, é no meio-norte, onde é possível ter a fibra como segunda safra por causa das chuvas. O algodão também é plantado no Sul do Estado e a maior concentração está na divisa com a Bahia.

Paquistão é o maior comprador do Tocantins

Com quase a metade - 49% - das compras de algodão do Tocantins, o Paquistão lidera com muita folga a lista de principal parceiro comercial dos produtores da fibra. Na segunda colocação vem a China, com 14%, e na terceira posição está Bangladesch, com 11%. Em valores e quantidades menores, outros sete países também compraram algodão do Tocantins.

Clique aqui e ouça reportagem sobre o tema.

Veja, abaixo, quadro com a evolução das exportações de algodão do Tocantins.

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