Criada em 29/07/2019 às 08h47 | Exportações

Exportação de grãos irá crescer 40% na próxima década, aponta estudo; estimativa não considera acordo Mercosul-UE

As projeções para o agronegócio brasileiro na próxima década são bastante positivas: aumento na produção, na área plantada e também na exportação. O destaque vai para o setor de grãos, cujos embarques serão de 138 milhões de toneladas, alta de 40%.

Imagem
As exportações da soja em grãos terá aumento de 42%. (Foto Divulgação Web)

As projeções de exportação para os próximos dez anos apontam o embarque de 138 milhões de toneladas de grãos, com acréscimo de 39 milhões de toneladas em relação a 2019, o que corresponde a 40% de incremento. Os dados fazem parte do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2018/19 a 2028/29, produzido pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

O algodão em pluma é um dos destaques e deverá registrar aumento nas vendas externas em 43%, a soja em grão, 42%; e o milho, 33%. Entre os principais produtos exportados, o açúcar sai de 18 milhões de toneladas alcançando 24 milhões de toneladas, e o café, de 35 milhões de sacas para 41,2 milhões de sacas.

O estudo destaca que, em 2028/29, 35,5% da produção de soja devem ser destinados ao mercado interno, no caso do milho, 65,3%; e no café, 49,2%. “Haverá, assim uma dupla pressão sobre o aumento da produção nacional, devida ao crescimento do mercado interno e das exportações do país. As carnes deverão ter uma forte importância no crescimento”.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2019) projeta que, em 2028/29, o Brasil será o maior fornecedor mundial de soja (49%) e o segundo maior de farelo de soja (26,9%). No caso do milho, ficaremos na segunda posição, com 21,7%, atrás somente dos norte-americanos (35,8%).

Frutas

A participação das frutas têm crescido no mercado interno quanto no internacional. No próximo decênio, terão alta os embarques de manga, maçã e uva, com incremento de 61%, 54% e 41%, respectivamente.

Em 2018, as exportações renderam US$ 980,6 milhões, o equivalente a 878 mil toneladas, incluindo nozes e castanhas. Mamão papaya (US$ 50 milhões), mangas (US$ 178,82 milhões) e melões (US$ 136 milhões) apresentaram, no ano passado, os melhores desempenhos em valor nas vendas externas.

No entanto, o Brasil exporta pouco do que produz. O país é o terceiro maior produtor mundial de frutas (fica atrás da China e Índia), porém exporta apenas 2,5% da produção, conforme dados do ministério e do setor de 2018.

"As exportações de mamão, maçã e uva, representam em torno de 3% da quantidade produzida. Os principais mercados para as frutas brasileiras são os Países Baixos, Estados Unidos, Reino Unido e Espanha", diz o estudo.

Carnes

Já as vendas externas de carnes (bovina, frango e suína) saltarão de 7 milhões de toneladas para 9,3 milhões de toneladas ao final da década, com destaques para carne suína (+34%) e de frango (+33%). No período, as exportações dos três tipos devem crescer 3% ao ano.

"O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2019) classifica o Brasil em 2028 como primeiro exportador de carne bovina, sendo a Índia o segundo, seguida pela Austrália e Estados Unidos. Nas exportações de carne de porco, o Brasil é classificado em quarto lugar, atrás da União Europeia, Estados Unidos e Canadá. Em carne de frango, o Brasil fica em primeiro lugar nas exportações, seguido pelos Estados Unidos e União Europeia", aponta o estudo.

O trabalho não avaliou os impactos do Acordo Mercosul – União Europeia, firmado em junho, em Bruxelas. (Do Mapa)

Tags:

Comentários


Deixe um comentário

Redes Sociais
2024 Norte Agropecuário