China compra 11% a mais e exportações do Tocantins em 2023 superam as do ano passado

Daniel Machado
De Palmas (TO)

O aumento das exportações tocantinenses para a China no valor US$ 115,8 milhões (R$ 567,5 milhões) nos primeiros sete meses de 2023 está sendo decisivo para o Estado não ter, até agora, redução de valores nas vendas externas na comparação com 2022, melhor ano da história para os negócios internacionais. Ao todo, o Tocantins exportou US$ 1,87 bilhão (R$ 9,16 bilhões) no período, valor 1,4% superior ao registrado nos primeiros sete meses de 2022.

De todas as vendas externas tocantinenses, US$ 1,2 bilhão (64,5%) teve como destino a China, maior parceira comercial do Brasil e, disparada, principal compradora do Tocantins. Percentualmente, as vendas tocantinenses para a China cresceram 11% no período.

Soja compensa

O crescimento do comércio para os chineses, aliado ao aumento nas vendas totais de grãos de soja, compensou, em dinheiro, a redução significativa nos preços de algumas commodities exportadas. Em volume de soja, o Tocantins exportou de janeiro a julho 2,65 milhões de toneladas, contra 2,43 milhões do mesmo período de 2022. O aumento de 218,8 mil toneladas representou 9% a mais. Já em dinheiro, o comércio de soja nos primeiros sete meses de 2023 aumentou 3%, chegando a US$ 1,4 bilhão.

Desse total de dinheiro que entrou no Tocantins através da soja, US$ 1,04 bilhão (74%) veio da China. O valor é muito significativo, pois foi a primeira vez que os chineses investiram mais de US$ 1 bilhão em sete meses na compra de soja do Estado – em valores nominais, os chineses compraram quase US$ 200 milhões a mais do que o registrado de janeiro a julho de 2022.

Na segunda colocação, com US$ 135 milhões (9,6%), vem a Espanha e, no terceiro posto, com US$ 51 milhões (3,6%) está a Tailândia.

Em dinheiro, vendas externas de carne despencam

Embora a redução no volume de carne bovina tocantinense exportada no período tenha ficado em 11,5% na comparação com os primeiros sete meses de 2022 – 49,9 mil toneladas agora, contra 55,7 mil toneladas do ano passado -, em dinheiro a queda foi muito mais significativa e chegou a 45%.
Isso se dá por uma redução significativa no preço internacional da proteína animal bovina. Enquanto o Estado obteve US$ 332 milhões de janeiro a julho de 2023, o montante agora caiu para US$ 229 milhões. Mesmo com essa diminuição, o valor ainda é o segundo maior da história para o período, só ficando atrás de 2022.

Na comparação do preço do quilo da carne exportada, a queda ficou em 30% - US$ 4,59 agora, contra US$ 5,96 do ano passado.

Especialista destaca volume exportado

Engenheiro agrônomo, consultor e professor, Thadeu Teixeira Júnior destaca que o volume a mais exportado trouxe um certo alívio, impedindo o déficit causado pela redução dos preços. "A China é o nosso principal comprador, tanto de soja quanto de carne do Tocantins. Na soja esse ano nós tivemos um impacto muito grande em relação aos preços praticados no mesmo período do ano anterior. Contudo, o volume exportado compensou a baixa nos preços" , ressaltou.

O especialista frisou, também, que alguns produtores ainda possuem soja estocada, aguardando uma melhora no preço para fazer a comercialização.

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Exportações totais de janeiro a julho em dinheiro:

2023 - US$ 1.870.497.708
2022 - US$ 1.845.399.331
2021 - US$ 1.178.533.499
2020 - US$ 951.808.458
2019 - US$ 694.056.515
2018 - US$ 819.353.136
2017 - US$ 665.700.031
2016 - US$ 514.979.295
2015 - US$ 633.394.765
2014 - US$ 569.687.016
2013 - US$ 414.341.304
2012 - US$ 357.403.964
2011 - US$ 300.020.061
2010 - US$ 223.851.369