Muito utilizado na preservação, saborização e aromatização da cerveja, o lúpulo vem ganhando espaço na produção brasileira que, até o ano passado, contava com 48 hectares plantados. Porém a expectativa do setor produtivo é que este número aumente exponencialmente.
“Esperamos chegar a 200 hectares de área cultivada, até o próximo ano, o que fará do Brasil o maior produtor da América Latina. Nesse ritmo, em alguns anos seremos a maior referência no Hemisfério Sul, já colocados como grandes players globais”, destacou Herman Gaj Wigman, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo).
Qualidade e ganhos de produtividade
“Também registramos ganhos de produtividade, a cada ano, com margem para aumentarmos ainda mais a rentabilidade da cultura. E, em termos de qualidade, estamos em pé de igualdade com o restante do mundo. Inclusive, algumas cultivares apresentam resultados melhores aqui do que nos seus países de origem, a exemplo da região europeia. Esse cenário já mostra que o lúpulo é realidade no Brasil e tem um enorme potencial em médio e longo prazos”, afirmou Herman.
“A estimativa de produção do ano passado foi de 29 toneladas, número que deve mais do que dobrar agora em 2023. Por ser uma cultura nova no Brasil, o custo de produção ainda varia muito entre cada produtor. Um hectare da cultura pode produzir de 500kg até 1 tonelada por safra, sendo possível realizar de duas a três safras por ano. O preço médio do lúpulo já beneficiado fica entre R$ 100 e até mais de R$ 300, por quilo, de acordo com a variedade e a sua qualidade”, explicou.
Maiores produtores no Brasil
A última pesquisa realizada pela Aprolúpulo, aponta que os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina concentram as maiores áreas cultivadas desta cadeia. “Porém esta cultura tem se espalhado por todo o País, já estando presente em quase metade das unidades da federação. Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná também estão avançando bem no setor”.
Mercado
O lúpulo movimenta no Brasil um mercado de R$ 300 milhões anuais. Deste total, quase que integralmente vai para o exterior, uma vez que 99,6% do lúpulo utilizado no Brasil é importado, considerando os setores cervejeiro e farmacêutico.
“Hoje, o lúpulo brasileiro abastece apenas o mercado nacional. À medida em que a cultura ganhar escala, há uma grande oportunidade de exportação. Acreditamos que é um cenário que pode se concretizar já nos próximos cinco anos”, enfatizou o presidente da Aprolúpulo.
Modeagro
Recentemente, a Aprolúpulo conseguiu incluir a cultura do lúpulo no programa Moderagro, linha de crédito do BNDES voltada para a modernização das atividades agropecuárias. “O acesso a crédito é um importante passo tanto para quem deseja expandir sua área, quanto para a entrada de novos produtores”, finalizou Herman Gaj Wigman. (Da SNA)
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