Criada em 02/12/2021 às 11h29 | Meio Ambiente

Chefe-geral da Embrapa Territorial aponta desafio para a conservação da Amazônia

Conforme dados apresentados pelo pesquisador, cerca de 84% do bioma Amazônia está coberto por vegetação nativa. Desses 81% estão legal e potencialmente protegido e preservado.

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Conforme dados apresentados pelo pesquisador, cerca de 84% do bioma Amazônia está coberto por vegetação nativa. Desses 81% estão legal e potencialmente protegido e preservado. (Foto: Divulgação)

O grande desafio para a conservação da Amazônia é gerir e monitorar toda a vegetação nativa existente no bioma. A afirmação foi feita pelo chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, em palestra proferida, no dia 18 de novembro, na terceira edição do Webinar Brasil 2022: 200 Anos de Independência, promovida pelo Instituto General Villas Bôas (IGVB).

Conforme dados apresentados pelo pesquisador, cerca de 84% do bioma Amazônia está coberto por vegetação nativa. Desses 81% estão legal e potencialmente protegido e preservado. “Cuidar do bioma Amazônia, que representa 49% do território brasileiro, exige a mobilização e aplicação de consideráveis conhecimentos científicos e recursos humanos, logísticos, econômicos e financeiros”, afirmou.

Outras importantes ações defendidas por Miranda são a apresentação de um plano de Estado para a Amazônia (de curto, médio e longo prazo) e a edição de um relatório anual com dados ambientais, agrários, agrícolas, de infraestrutura e socioeconômicos do bioma. O relatório demonstraria a atuação do país na preservação, exploração e conservação da Amazônia. Seria um “State of Brazilian Amazon” (Estado da Amazônia Brasileira, em português).

Mundo rural

Na palestra, Miranda chamou a atenção para a existência de um mundo rural na Amazônia. São pouco mais de 1 milhão de produtores rurais, dos quais 90% são pequenos agricultores. Embora a agricultura na região seja pouco relevante para o agronegócio brasileiro, a atividade é fundamental para o abastecimento das 500 cidades amazônicas. Além de também ampliar a segurança alimentar e ajudar na melhoria de vida da população da região.

Para intensificar e diversificar a produção agrícola na Amazônia, Miranda considera necessário a formulação de um plano para levar assistência técnica e fomento aos pequenos produtores rurais. Na opinião dele, com a disponibilização de tecnologias e estimulo às boas práticas agrícolas, será possível reduzir o desmate e o uso de práticas nocivas ao meio ambiente, como as queimadas.

Em relação ao tema do desmatamento, o pesquisador frisou ser necessário qualificar o debate. Segundo ele, a questão a ser respondida é “Quantos desmatamentos por ano para produzir o desmate total?” Para isso, ele mostrou resultado de estudo em que são relacionados número de polígonos e área desmatada. Salientou ainda a importância de incluir o balanço anual entre áreas desmatadas e áreas regeneradas.

Sobre o evento

A terceira edição do Webinar IGVB - Brasil 2022: 200 Anos de Independência, realizada nos dias 17, 18 e 19 de novembro, encerrou a série de webinars sobre o tema: “Uma moderna visão da plataforma geopolítica da Amazônia e as ações estratégicas para a defesa dos interesses nacionais na questão ambiental”, iniciada em agosto. Os encontros foram mediados pelo jornalista Alexandre Garcia e contaram com a participação on-line do general Villas Bôas.

A abertura do evento foi feita pelo ministro da Ciência,Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, e a palestra de encerramento pelo general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Além de Miranda, participaram como palestrantes o diretor-presidente da BioTec-Amazônia, José Seixas Lourenço; o jornalista e minerador José Altino Machado; e o ex-ministro Aldo Rebelo.

As discussões apresentadas nos encontros serão formatadas em um e-book, a ser disponibilizado em www.igvb.org.

Assista aos vídeos:
1° dia de palestras 
2° dia de palestras 
3° dia de palestra

(Da Embrapa)

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