Vendas externas de carne bovina do Tocantins caem quase 40% em dinheiro primeiro semestre

Daniel Machado
De Palmas (TO)

As exportações de carne do Tocantins no primeiro semestre tiveram uma redução de 38,9% em dinheiro na comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, o Tocantins vendeu 42,5 mil toneladas de carne de janeiro a junho de 2023 por US$ 196,9 milhões (R$ 945,12 milhões). Nos seis primeiros meses do ano passado, haviam sido comercializados 46,6 mil toneladas de carne bovina por US$ 273,5 milhões. Em volume, a diminuição ficou em 8,7%.

A redução na quantidade de carne exportada se explica por causa do embargo que a China, principal compradora de proteína animal bovina do Tocantins, manteve por um mês inteiro. Já a queda bruta em valores é resultado da diminuição do preço internacional da commodity.

Essa diminuição nas exportações e queda no preço internacional da carne vem prejudicando os produtores rurais, que veem os preços despencarem, causando muitas dificuldades e prejuízo. Além disso, a diminuição na entrada de valores em dólar por vendas externas de carne está no mesmo patamar da queda no valor interno.

“Com certeza qualquer queda em volume ou valor nas exportações afeta o mercado e por consequência o produtor rural. É uma coincidência aí é que o percentual dessa redução do valor ela está muito próxima da queda no valor do bezerro, que gira também nessa casa dos 40%”, explicou a pecuarista e empreendedora Vivian Machado.

Em dólar, o preço do quilo da carne tocantinense exportada caiu 21% - US$ 4,62 agora, contra US$ 5,86 dos primeiros seis meses de 2022. Além disso, o próprio dólar teve uma desvalorização grande no período, o que ajudou a diminuir ainda mais os preços em real.

China com dois terços das exportações de carne do Tocantins

Em 2023, a China, mesmo com o embargo, segue sendo a maior compradora de carne exportada pelo Estado disparada. Os chineses adquiriram 65% do total. O percentual sobe para 68% se for levado em conta as aquisições feitas por Hong Kong (região especial chinesa com certa autonomia).

Vivian Machado destaca que essa parceria com o mercado chinês é fundamental. “É de suma importância (o mercado chinês). Se o ele travar, vai haver um represamento de produtos e por consequência uma pressão de queda no mercado da arroba que já não está nada bom. Então, a gente espera que esse mercado aí se mantenha aquecido e aumente cada dia”, frisa a pecuarista.

Na segunda colocação vem os Estados Unidos, com 8%. Com 4% cada, aparecem Arábia Saudita e Rússia.

Confira, clicando aqui, reportagem em áudio sobre o tema e a entrevista completa com Vivian Machado.

Confira, abaixo, os principais números das exportações:

DINHEIRO
2023: US$ 196,9 milhões
2022: US$ 273,5 milhões
Redução: 38,9%

VOLUME
2023: 42,5 mil toneladas
2022: 46,6 mil toneladas
Redução: 8,7%
Preço quilo exportado em 2023 - US$ 4,62
Preço quilo exportado em 2022 - US$ 5,86
Redução - 21%

Principais compradores 2023
China - 65% (+3% de Hong Kong)
Estados Unidos - 8%
Arábia Saudita - 4%
Rússia - 4%