Criada em 03/11/2021 às 08h40 | Meio Ambiente

Na COP26, Embrapa apresenta mapas de estoque de carbono orgânico do solo

Iniciativa, baseada no PronaSolos, ajudará a mitigar mudanças climáticas. O Brasil ocupa o primeiro lugar entre os 15 países que detêm potencial para estocar carbono em nível global. Investir em estudos do solo é fundamental para a descarbonização da agricultura.

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O Brasil ocupa o primeiro lugar entre os 15 países que detêm potencial para estocar carbono em nível global. Investir em estudos do solo é fundamental para a descarbonização da agricultura. (Foto: Divulgação)

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, participou de um painel sobre “Carbono Orgânico no Solo - Oportunidades e Desafios” nesta terça-feira (2/11) durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que acontece em Glasgow, Escócia, até o dia 12 de novembro.

Moretti destacou a pesquisa da Embrapa Solos, que resultou no lançamento recente dos mapas de carbono orgânico dos solos brasileiros. “Trata-se de mais uma contribuição da ciência para a agricultura brasileira, de fundamental importância para a mitigação das mudanças climáticas. O Brasil ocupa o primeiro lugar entre os 15 países que detêm potencial para estocar carbono em nível global. Investir em estudos do solo é fundamental para a descarbonização da agricultura.

O painel contou com as presenças do Secretário-Adjunto de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Freire; do Secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fernando Camargo; e do associado da Climate Connection, Eduardo Brito Bastos.

Brasil avança na elaboração do modelo MRV tropicalizado

Eduardo Bastos, da Climate Connection, ressaltou a importância do setor privado para auxiliar na elaboração de políticas públicas para reforçar o papel dos solos brasileiros na agenda global. A Climate Connection é a maior aliança privada do País para fomentar o mercado de carbono. Segundo ele, hoje no mundo existem 64 países com ações de precificação de carbono, abrangendo aproximadamente 20% das emissões mundiais, ou seja, cerca de 12 bilhões de toneladas. Estudo recente, lançado pela Câmara Internacional do Comércio, mostra que esse potencial para o Brasil é de US$ 100 bilhões. “Parte importante desse resultado vem do agro, do bom manejo a partir de técnicas, como plantio direto e rotação de culturas, entre outras.

Segundo ele, o grande desafio para incluir o agro nesse sistema envolve, principalmente, a implementação de boas práticas agrícolas com base no sistema de Mensuração-Relato-Verificação (MRV). “Graças à parceria com a Embrapa, foi possível desenvolver essa metodologia tropicalizada”, pontuou, lembrando que todos os 52 modelos de medição existentes foram criados para países de clima temperado. “Portanto é premente investir em um modelo adaptado às nossas condições climáticas, que é o que estamos fazendo”, acrescentou.

Em parceria com a Embrapa e outras instituições, a Climate Connection desenvolveu um estudo com mais de 400 agricultores em 15 estados brasileiros, que resultou na coleta de 80 mil amostras de solo no País. O estudo está sendo ampliado para 16 estados, com a participação de 1.800 produtores de quase todos os biomas. “Isso só é possível com a união entre governo, setor privado e academia. Começamos com a Embrapa e hoje temos 70 instituições parceiras”, destacou.

Moretti comentou que esse é mais um resultado da ciência que move a agricultura no Brasil. “A base do avanço tecnológico é uma base robusta de dados. Em Deus, nós acreditamos. Todos os demais têm que apresentar seus dados”, brincou o presidente.

Recuperação de pastagens degradadas

O Secretário Fernando Camargo destacou que uma das metas do programa ABC+ é a recuperação de 30 milhões de pastagens degradadas. Em relação a essa questão, o presidente da Embrapa lembrou que o Brasil já investe nessa área há mais de 30 anos, principalmente a partir dos sistemas que integram lavoura, pecuária e floresta (ILPF), que hoje ocupam mais de 17 milhões de hectares. Até 2025, está previsto um crescimento de mais 10 milhões de hectares e até 2030, a expectativa é passar dos 30 milhões. (Da Embrapa)

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