Criada em 09/11/2023 às 08h58 | Meio Ambiente

Cientista vê risco de mais seca e ciclones

O Brasil já viu melhorias significativas na agricultura, incluindo redução no custo de vida e crescimento na produção. Planos de descarbonização e transição energética apontam para um futuro promissor. Evento discute IA e ética na pesquisa científica.

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O Grupo Instrumental do IFPI abriu o evento executando clássicos da música nordestina. (Foto: Laura Moreno)

Com o progressivo aumento na emissão de gás carbônico à atmosfera, os sistemas agrícolas tropicais “estão entre os mais vulneráveis aos impactos negativos da mudança climática”. O alerta foi feito nesta quarta-feira 8, de manhã, pela pesquisadora Sílvia kanadani Campos, da Superintendência de Estratégia da Embrapa sede, na palestra (virtual direto de Brasília) de abertura da IX Jornada Científica da Embrapa Meio-Norte, que será desenvolvida até a próxima sexta-feira 10, em Teresina.

Segundo ela, está previsto o aumento na “frequência de eventos climáticos extremos”, como secas e ciclones, que são tempestades tropicais que têm origem em zonas de baixa pressão atmosférica, que se formam geralmente nos oceanos, causando estragos nas zonas urbanas e rurais. Portanto, o planeta Terra tem desafios de dimensões amazônicas nas próximas décadas. É uma corrida sem linha de chegada.

A população mundial, até 2050, deve beirar os 10 bilhões de pessoas (hoje somos quase 8 bilhões). E é preciso alimentar toda essa gente. Focando o tema das “megatendências da agropecuária” a cientista foi otimista e lembrou, entre outros avanços, que o mundo, nos últimos anos, tem alcançado mudanças rápidas em tecnologia, hiperconectividade, globalização, automação, além de integração de conhecimentos tecnológicos.

Avanço na agropecuária

Como resultado de todo esse avanço, a pesquisadora citou o que vem acontecendo nos últimos 50 anos na agricultura brasileira. “Houve uma redução de 40% no valor da cesta básica; a produção de grãos aumentou 5 vezes; a produtividade do trigo e do milho, importantes cereais na dieta dos brasileiros, aumentou 240%; a produtividade do arroz cresceu 315%; o rebanho bovino dobrou; a produção de carne de frango cresceu 59 vezes; e o Brasil é hoje referência em biocombustíveis e energia limpa”.

O enfrentamento às adversidades no meio ambiente brasileiro também foi lembrado pela cientista. Ela destacou que Plano ABC, direcionado à descarbonização da agricultura, executado pelo Governo Federal desde 2020, tem metas até 2030 que reforçam o otimismo dos cientistas. Pelo plano, serão recuperados 30 milhões de hectares de áreas degradadas; mais 10,10 de hectares em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta; mais 12, 5 milhões de hectares em sistema de plantio direto; e mais 4 milhões de hectares com florestas plantadas.

A cientista falou também das potencialidades do Brasil na transição energética, hoje, citando os avanços em hidrogênio verde, carro elétrico, etanol e biodiesel, bem como a energia solar e eólica. Ela destacou a biomassa e os resíduos no centro da economia circular agrícola. “Temos potencial para ampliar o uso de biomassa e resíduos do campo como fontes de energia”, disse.

IA e ética na pesquisa

A Jornada Científica foi aberta precisamente às 9 horas, com a apresentação do Grupo Instrumental do Instituto Federal de Educação do Piauí (IFPI), que, sob a regência do professor Emanuel Nunes, executou seis músicas. Além da pesquisadora Sílvia Kanadani Campos, foi palestrante, também pela manhã e de forma virtual, a professora Jannayna Tavares, que falou sobre Habilidades emocionais essenciais para o profissional do futuro. No período da tarde, de forma presencial, houve a apresentação de trabalhos dos estudantes.

Para esta quinta-feira 9, a programação prevê, às 8:45 horas, também de forma virtual e pelo link https://www.youtube.com/watch?v=uGjGLj7Pxak, a mesa-redonda Inteligência Artificial e Ética na Pesquisa Científica, com a participação dos professores Renan Moritz Varnier Rodrigues Almeida e Frederico Caetano Jandre de Assis Tavares, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O pesquisador Aderson Andrade Junior será o mediador. 

Em seguida,, a pesquisadora Poliana Fernanda Giachetto, da Embrapa Agricultura Digital, fala sobre Aplicações da bioinformática no setor agropecuário. A moderação vai ser feita pelo pesquisador Paulo Sarmanho da Costa Lima. A palestra será virtual e transmitida pelo link acima. À tarde, sempre começando às 14 horas, e de forma presencial, recomeçam as apresentações dos trabalhos científicos pelos estudantes. (Da Embrapa)

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