Criada em 16/11/2021 às 08h22 | Exportações

Sem China, exportações de carne do Tocantins registram queda em outubro

Mesmo com o embargo chinês, preço não baixa para o consumidor; produtor ressalta importância das exportações, mas reclama de injustiça com o consumidor.

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No acumulado do ano, porém, vendas externas já passam de US$ 319 milhões em recorde histórico (foto: EBC/Divulgação)

Daniel Machado
De Brasília (DF)

Com o total de 4.672 toneladas comercializadas por US$ 21,68 milhões (R$ 118,41 milhões), as exportações de carne do Tocantins em outubro caíram 33% na comparação com o mesmo mês do ano passado. A queda foi causada, principalmente, pela falta de exportações para a China continental, maior parceiro comercial do Brasil e, disparado, do Tocantins. Os chineses suspenderam as exportações de carne brasileira há dois meses, desde o aparecimento de casos isolados de mal da vaca louca no Brasil.

No acumulado do ano, porém, a situação do Tocantins é completamente diferente. As exportações de carne nos dez primeiros meses de 2021 já somam US$ 319 milhões (cerca de R$ 1,75 bilhão), um montante 18% superior ao registrado de janeiro a outubro de 2020, até então o recorde para o período.
Em volume, foram praticamente 66 mil toneladas de carne tanto em 2021, como em 2020. De tudo que o Estado vendeu para o exterior, 60% teve como destino a China continental e 10% Hong Kong, região especial chinesa com certa autonomia.

Produtor destaca qualidade da carne tocantinense e lamenta injustiça com consumidor

Para o pecuarista Júnior Marzola, as exportações do Tocantins mostram a capacidade da indústria e da qualidade da carne tocantinense. “Isso é muito importante. Isso é muito bom”, ressaltou Marzola.

Marzola, porém, também criticou setores da indústria. Ele lembrou que apenas três frigoríficos do Estado exportam para a China e a não comercialização do volume de carne para o gigante asiático não refletiu em redução de preço para o consumidor. “Os frigoríficos tinham grande volume de bois confinados. Não vimos o valor do mercado interno cair. Não foi só a exportação para a China, os bois confinados deram garantia aos frigoríficos. Não abaixou a carne para o consumidor, isso é o mais sério que tem e chega a ser injusto”, ressaltou Marzola, ao explicar que o uso de bois confinados para abate sustentou o preço de venda da indústria que, inclusive, já começou a aumentar na semana passada.

Clique aqui e ouça reportagem sobre o assunto.

Exportações de carne de janeiro a outubro em US$:

2021 - 319.252.652
2020 - 270.797.706
2019 - 139.128.017
2018 - 108.358.667
2017 - 97.795.081
2016 - 116.627.770
2015 - 133.817.058
2014 - 166.011.704
2013 - 165.817.718
2012 - 132.253.667
2011 - 98.119.413
2010 - 76.458.955
2009 - 47.911.821
2008 - 46.922.062
2007 - 23.958.004
2006 - 50.089.889
2005 - 11.738.803
2004 - 8.744.800
2003 - 3.541.130
2002 - 1.318.835
2001 - 803.592
2000 - 654.671
1999 - 174.346
1998 - 3.663

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