Criada em 08/02/2022 às 09h35 | Agronegócio

Cepea disponibiliza projeções agromensais de janeiro

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, disponibilizou as projeções agromensais de janeiro de 2022. Entre as principais culturas apresentadas estão a do arroz, milho e soja.

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Entre as principais culturas apresentadas na projeção estão a do arroz, milho e soja. (Foto: Divulgação)

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, disponibiliza hoje as agromensais de janeiro de 2022. 

Abaixo, alguns trechos das análises mensais:

AÇÚCAR

O cenário para o mercado doméstico de açúcar para 2022 vem sendo delineado a partir de perspectivas pouco favoráveis – que incluem não apenas os elevados custos com insumos importados e economias doméstica e mundial desaceleradas –, que prejudicam a produção e o consumo da commodity. Às incertezas em relação às variáveis macroeconômicas, como a taxa de câmbio e a oscilação nos preços de petróleo, somam-se preocupações com o clima – o que pode resultar em nova queda na safra – e, sobretudo, a temores de que a pandemia volte a impactar as economias mundiais. Internamente, a inflação elevada prejudica o poder de compra da população.

ALGODÃO

O maior consumo, a produção inferior e os menores estoques de passagem mundial e nacional devem dar suporte à cotação do algodão em pluma no início de 2022. Além disso, diante dos atuais patamares dos preços internacionais, da elevada paridade de exportação e o fato de que boa parte da safra 2020/21 já está comprometida, os valores domésticos devem continuar firmes e/ou em alta também na entressafra.

ARROZ

A diminuição no consumo interno e exportações aquém do esperado no acumulado de 2021 influenciaram a elevação dos excedentes domésticos do arroz em casca e também pressionaram os valores de comercialização. Na prática, há dificuldade em encontrar demanda para o arroz brasileiro, diante da menor renda e da perda de poder aquisitivo de grande parte da população. Ademais, agora, a rentabilidade ao produtor está negativa inclusive sobre os custos operacionais.

BOI

Em 2021, ficou evidente que, diante de uma demanda interna fraca, a oferta enxuta no campo e, de forma preponderante, a aquecida procura internacional – especialmente por parte da China – foram os fatores que levaram os preços da cadeia pecuária nacional a atingirem novos patamares recordes. E é muito provável que o mercado externo siga sendo o principal fator de influência sobre os preços internos da cadeia pecuária nacional em 2022.

CAFÉ

Apesar do clima mais favorável nos últimos meses de 2021, o setor cafeeiro nacional ainda espera quebra significativa de produção de café em 2022/23, cenário que deve manter firmes os preços em 2022.

ETANOL

Para o ano-safra 2022/23, projeções sinalizam certa recuperação na produção brasileira de cana-de-açúcar, devido, principalmente, à maior produtividade dos canaviais relativamente à temporada anterior (2021/22), quando períodos de seca e geadas em algumas importantes regiões do Centro-Sul do País prejudicaram os canaviais.

FRANGO

Do animal vivo aos cortes, os preços do frango devem continuar firmes em 2022, tendo como suporte a provável manutenção do ritmo aquecido das vendas da carne aos mercados doméstico e externo. Além disso, os custos de produção, sobretudo os relacionados à alimentação (milho e farelo de soja), devem continuar altos em 2022, o que, por sua vez, tende a ser repassado aos valores de venda do animal vivo e, consequentemente, da proteína.

MILHO

A temporada brasileira 2021/22 de milho deve se iniciar com preços internos acima da média histórica. No primeiro semestre de 2022, os baixos estoques e a demanda firme podem limitar a possibilidade de quedas expressivas nas cotações, ao passo que, na segunda metade do ano, pode haver certa pressão sobre os valores, caso se consolidem as projeções de oferta de segunda safra elevada. Por enquanto, as estimativas oficiais indicam produção e exportações recordes no Brasil e no mundo.

OVINOS

O cenário de incertezas nos campos político e econômico, assim como a instabilidade provocada pela pandemia de covid-19, tende a pressionar o poder de compra da população brasileira. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é estimado em apenas 0,30%, de acordo com Boletim Focus publicado pelo Banco Central no último dia 31 de janeiro.

SOJA

Embora a temporada 2021/22 de soja tenha se iniciado com otimismo, fatores climáticos deverão reduzir a produtividade e a oferta total, que poderá ficar menor que a temporada anterior, que foi recorde. Houve estiagem severa na região Sul e excesso de chuvas nas regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste, fatores causados pelo fenômeno climático La Niña. Mas os problemas não são exclusivos no Brasil: Argentina e Paraguai, importantes também na oferta de soja em nível mundial, estão sofrendo com falta de umidade e deverão ter redução nas estimativas de produção.

TRIGO

A safra nacional de trigo atingiu produção recorde em 2021, mesmo com adversidades climáticas durante o desenvolvimento da lavoura, sobretudo geada e seca. Desta forma, de acordo com dados da Conab, o ano foi finalizado com 7,68 milhões de toneladas de cereal colhido no Brasil. A maior disponibilidade de trigo no mercado interno não foi suficiente para pressionar os preços, já que a alta cambial, a paridade de importação, a menor oferta mundial e a aquecida demanda externa mantiveram as cotações elevadas. (Do Cepea)

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