Criada em 16/03/2023 às 07h43 | Exportações

Tocantins repete ano passado e abre 2023 exportando 13 mil toneladas de carne no primeiro bimestre

Preços internacionais, porém, caem e especialista projeta pressão baixista ao longo do ano, que pode ser compensada em parte pelo dólar alto. O engenheiro agrônomo, consultor e professor Corombert Leão Oliveira comenta o cenário.

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O engenheiro agrônomo, consultor e professor Corombert Leão Oliveira, destacou que a quantidade de abates no Brasil não vem reduzindo, mesmo com um mercado interno consumindo menos carne. (Foto: Divulgação)

Daniel Machado
De Brasília (DF)

As exportações de carne do Tocantins no primeiro bimestre de 2023 ficaram 13,1 mil toneladas, praticamente a mesma quantidade registrada no mesmo período do ano passado. No entanto, em dinheiro houve uma queda significativa de 12%, com US$ 60,5 milhões agora (R$ 316,4 milhões na cotação desta terça-feira, 14 de março) contra US$ 68,9 milhões (R$ 360,3 milhões) dos primeiros dois meses de 2022.
Os dados foram apurados e analisados pelo Norte Agropecuário no Comex Stat, sistema oficial do governo federal para transações comerciais internacionais.

A diferença em dinheiro, enquanto o volume se mantém, ocorre porque o preço médio do quilo exportado para o exterior caiu 13% - de US$ 5,28 em 2022 para US$ 4,60 agora.

Os números do primeiro bimestre ainda não sofrem impacto da suspensão

da importação de carne bovina por parte de alguns parceiros comerciais do Brasil, como a China, principal compradora do país e do Tocantins. Do total comercializado entre janeiro e fevereiro de 2023, 72% em dinheiro e 69% em volume teve como destino o gigante asiático.

Progressão para o restante de 2023 é desafiadora, explica especialista

Para o engenheiro agrônomo, consultor e professor Corombert Leão Oliveira, 2023, a exemplo do ano passado, começou com tudo e não tem comparação com períodos anteriores em relação às exportações. No entanto, ele disse acreditar que ao longo de 2023 não se repetirá o mesmo quadro, pois a Europa mostra uma pequena recessão por causa da guerra na Ucrânia e os Estados Unidos passam por problemas graves com preços de grãos em elevação. “Então isso prejudica os confinamentos, prejudica a colocação de boi no frigorífico. Pode ser um pode ser um problema para 2023”, ressaltou Corombert Oliveira. Ele destacou que a quantidade de abates no Brasil não vem reduzindo, mesmo com um mercado interno consumindo menos carne. Desta forma, somada a uma eventual redução no consumo na carne, haverá uma “pressão baixista” que pode afetar o mercado.

“O Brasil já exporta para 140 países e Tocantins já exportou para 41. Então é um horizonte bem elástico para a colocação do nosso produto com uma boa aceitabilidade. Agora os preços praticados estão sofrendo uma pressão baixista. A carne congelada tem um preço bem menor do que a carne resfriada”, destacou o especialista, ao ressaltar que os custos para engordar o gado por causa do aumento do dólar estão ficando cada vez mais altos e isso pode provocar um aumento de abate de matrizes.

Principais dados da exportação de carne no primeiro bimestre

Volume
2023 - 13,1 mil toneladas
2022 - 13 mil toneladas

Dinheiro
2023 - US$ 60,5 milhões
2022 - US$ 68,9 milhões
Redução - 12%

Preço médio por KG exportado
2023 - US$ 4,60
2022 - US$ 5,28
Redução: 13%

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