Criada em 10/04/2023 às 11h33 | Agronegócio

Aumenta a participação de finanças privadas no agronegócio

A partir de dados coletados junto a entidades registradoras de ativos, como a B3, e órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central, o ministério registrou um considerável crescimento no estoque de recursos dessas ferramentas de financiamento.

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Crédito agrícola: setor registra crescimento dos Fiagro e de títulos como a CPR. (Foto: divulgação)

É cada vez maior o desempenho dos instrumentos de captação privada de recursos no agronegócio, indicou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em recente boletim.

A partir de dados coletados junto a entidades registradoras de ativos, como a B3, e órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central, o ministério registrou um considerável crescimento no estoque de recursos dessas ferramentas de financiamento.

O boletim do Mapa mostra, por exemplo, que a Cédula de Produto Rural (CPR), cresceu 81% entre fevereiro de 2022 e o mesmo mês deste ano, passando de R$ 128.81 bilhões para R$ 232.58 bilhões.
No entanto, o maior crescimento em percentual foi o dos Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagro), que registrou aumento de 310% no período.

“Um país que tem a produção agrícola como principal produto em sua pauta de exportação, precisa ter os mais variados veículos para o financiamento de sua produção. Tradicionalmente, os bancos, com suas carteiras de agronegócio, foram os principais financiadores da agricultura, destacando-se o Banco do Brasil”, afirmou o diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Thomás Tosta de Sá.
No entanto, disse ele, “é preciso que, além dos bancos, o mercado de capitais também seja um grande financiador da agricultura, como vem ocorrendo nas últimas décadas com instrumentos regulamentados e fiscalizados pela CVM”.

Mercado em expansão

“Trata-se de um mercado de títulos e fundos em franca expansão, contribuindo de maneira bastante relevante para a captação de recursos financeiros para o agronegócio brasileiro”, observou o diretor de Política e Financiamento ao Setor Agropecuário, Wilson Vaz de Araújo.

Regulados por legislação específica, os títulos, assim como os fundos de investimento do agro, podem garantir liquidez e segurança jurídica ao mercado financeiro. “São resultado de políticas públicas criadas com o objetivo de captar recursos de mercado para o setor agropecuário”, explicou o coordenador-geral de Instrumentos de Mercado e Financiamento, Jonathas Alencar.

Startups do agro

Uma das áreas que já conta com instrumentos do mercado de capitais para seu crescimento é a das startups do agro, que são apoiadas pelos fundos de investimento em empresas emergentes e por incubadoras. No entanto, segundo Tosta de Sá, é um setor que ainda precisa se desenvolver.

“Recentemente, a SNA inaugurou sua incubadora no Rio de Janeiro. O vale do rio Piracicaba, influenciado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), tem estimulado muito as startups agrícolas, permitindo que a região se torne uma espécie de ‘Silicon Valley’ caipira”, disse. “Não há como o Brasil liderar a exportação agrícola se não tiver sua sustentação na inovação”. Acesse aqui mais informações no Boletim de Finanças Privadas do Agro. (Da SNA)

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