Criada em 01/04/2017 às 13h28 | Política brasileira

Acusado durante interrogatório da operação Imperador, Blairo Maggi nega ter pago “mensalinho” a deputados do Mato Grosso

Propina seria usada para garantir apoio da Assembleia do Mato Grosso no período que o atual ministro era governador do Estado. Denúncia é feita por ex-deputado durante interrogatório de processo penal da “Operação Imperador”.

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Blairo Maggi: “Tenho a consciência tranquila, nada fiz de errado e tenho certeza de que isso será devidamente comprovado” (foto: Agência Senado)

Acusado em interrogatório de ação penal pelo ex-deputado estadual José Riva, ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), negou, por meio de nota, que pagava propinas milionárias para os deputados estaduais, durante o período em que foi governador de Mato Grosso, no intuito de ter apoio na Assembleia Legislativa.

DO ARQUIVO: Ministro Blairo Maggi tem bens bloqueados pela Justiça 

A ação penal se refere à Operação Imperador, que ocorreu na tarde desta sexta-feira (31). A audiência foi conduzida pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.

O ministro disse ter a “consciência tranquila” de que nada fez de errado. “Tenho a consciência tranquila, nada fiz de errado e tenho certeza de que isso será devidamente comprovado”, disse.

Ele afirmou que cumpria com sua obrigação constitucional de repassar o duodécimo do Poder Legislativo, recurso destinado pelo Executivo para as despesas das instituições públicas.

“O orçamento do Estado do Mato Grosso é debatido e votado anualmente pela Assembleia Legislativa. Nele estão incluídas as previsões orçamentárias dos três poderes, que são independentes e fiscalizados pelo Tribunal de Contas do Estado. O Poder Executivo, no caso o governador, não tem qualquer ingerência na execução orçamentária da Assembleia Legislativa”, afirmou.

Ainda em nota, o ministro diz que Riva “reconheceu” que ele se recusou a participar de esquema de distribuição de propina a deputados.

No depoimento, entretanto, o ex-parlamentar cita que a propina ocorria desde a gestão Dante de Oliveira. E que assim que Maggi assumiu, os deputados procuraram Riva para saber se os repasses continuariam.

"Aí começou o Governo Blairo e ele falou que não ia continuar com isso. Ele estava disposto a passar um valor para a Assembleia, mas que fosse para passar a todos os deputados, para ajudar o governo na Assembleia", afirmou Riva.

"Nesse período [2003 a 2004] foram movimentados R$ 1,1 milhão. Em 2005 aumentou para R$ 3,4 milhões. Em 2006 foram R$ 6 milhões. Em 2007, quando era presidente o Sérgio Ricardo [atual conselheiro afastado do TCE], R$ 12 milhões. Em 2008, R$ 15 milhões", completou. (Do Cenário MT)

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