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Brasil perde quase US$ 700 milhões em vendas de carne bovina com tarifas dos Estados Unidos, mas exportações totais seguem crescendo em ritmo acelerado

No acumulado dos primeiros dez meses do ano as exportações totais já proporcionaram uma receita recorde de US$ 14,655 bilhões.

Norberto Staviski, de Curitiba (PR), da Assessoria de Imprensa Abrafrigo

Publicado em:

15/11/2025 - 06:17




Apesar das tarifas adicionais impostas pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros, que desde o mês de agosto vêm causando perdas a diversos setores, as exportações totais de carne bovina em outubro continuaram num bom ritmo e obtiveram uma receita de US$ 1,897 bilhão (+37,4%) para uma movimentação de 360,28 mil toneladas (+12,8%).

No mesmo mês de 2024, a receita foi de US$ 1,380 bilhão e a movimentação de 319,3 mil toneladas.  As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), incluindo na informação carnes in natura e industrializada, miudezas comestíveis e sebo bovino, entre outros subprodutos da cadeia de produção da carne bovina.

Segundo a ABRAFRIGO, no acumulado dos primeiros dez meses do ano as exportações totais já proporcionaram uma receita recorde de US$ 14,655 bilhões (+ 36%) para uma movimentação de 3.148 mil toneladas (+18%), também recorde. Em 2024 o Brasil exportou até outubro 2.668 mil toneladas com receita de US$ 10,773 bilhões.


As exportações para a China, nosso maior cliente, continuam num crescendo. Em 2024, até outubro, tiveram receita de US$ 4,842 bilhões para uma movimentação de 1.089 mil toneladas. Em 2025 subiram para US$ 7,060 bilhões de receita (+45.8%) e de 1.323 mil toneladas exportadas (+ 21,4%). As compras da China foram responsáveis por 42% do volume embarcado e por 48,2% das receitas totais. Quando se considera apenas as exportações de carne bovina in natura, que representam 90% das receitas, a China participou com 58,7% no mês de outubro e 53,9% no acumulado dos primeiros 10 meses do ano, mostrando que se mantém forte a concentração das vendas naquele mercado. Pelo segundo mês consecutivo, em outubro, as vendas de carne bovina para o gigante asiático superaram US$ 1 bilhão.


Para os Estados Unidos, nosso segundo maior cliente, as vendas de carne bovina vêm caindo em função das tarifas adicionais impostas aos produtos brasileiros pelo parceiro norte-americano no mês de agosto último. As exportações de carne bovina in natura para os Estados Unidos recuaram 54% no mês de outubro, em relação a outubro do ano anterior, para US$ 58 milhões, mostrando ainda certa resiliência apesar das tarifas. No caso da carne bovina industrializada, o recuo no mesmo período foi de 20,3%, para US$ 24,9 milhões, enquanto sebo e outras gorduras bovinas recuaram 70,4%, para US$ 5,7 milhões.


Considerando o período de janeiro a outubro de 2025, as exportações totais de carnes e outros derivados bovinos para os Estados Unidos cresceram 40,4% sobre o mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 1,796 bilhão, resultado que reflete o forte ritmo das exportações anterior ao tarifaço. Considerando os meses de agosto a outubro de 2025, período de vigência das tarifas adicionais, as vendas totais de carne e subprodutos bovinos para os Estados Unidos recuaram 36,4%, resultando em perdas estimadas em aproximadamente US$ 700 milhões. Embora essas perdas tenham sido compensadas com folga pelo aumento das vendas para outros mercados, o fato é que as exportações de carne bovina do Brasil poderiam ser ainda maiores caso as tarifas punitivas do governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros não tivessem sido aplicadas.


A União Europeia, considerando como um mercado único, foi o segundo maior destino das exportações brasileiras de carne bovina no mês de outubro de 2025, crescendo 112% em relação ao mesmo mês do ano anterior, para US$ 140 milhões. De janeiro a outubro, as vendas para o bloco europeu cresceram 70,2% sobre o mesmo período do ano anterior, somando US$ 815,9 milhões, com preços médios que alcançaram US$ 8.362 por tonelada de carne bovina in natura.


O terceiro colocado como país individual na exportação total de janeiro a outubro de 2025 foi o México, que adquiriu 38.798 toneladas com receita de US$ 179,3 milhões em 2024 e que aumentou suas importações para 104.437 toneladas (+ 169,2%) com receita de US$ 569,5 milhões (+ 217,6%). O Chile ficou na quarta posição e em 2024 comprou 86.153 toneladas que proporcionaram uma receita de US$ 404,8 milhões. Em 2025 aumentou suas importações para 103.591 toneladas (+20,2%) com receita de US$ 568,9 milhões (+ 40,5%). A Rússia foi o quinto maior cliente com aquisições de 74.062 toneladas e receita de US$ 263,1 milhões no acumulado de 2024 e de 96.897 toneladas (+ 30,8%) com receita de US$ 413,5 milhões em 2025 (+57,2%). No total, 131 países elevaram as suas compras enquanto 46 reduziram até outubro. 



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