Criada em 19/05/2022 às 10h43 | Pesquisa

Novo software avalia fertilidade e equilibra adubação em sistemas de produção de soja

Nova plataforma on-line avalia a fertilidade do solo e a nutrição das plantas e ajusta a adubação da soja com base na exportação de nutrientes, possibilitando aumento de produtividade e redução custos de produção.

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Um dos impactos esperados é racionalizar o uso de fertilizantes, insumo com maior participação no custo variável de produção dessa oleaginosa, cuja incremento de preços foi de 162% em um ano. (Foto: Divulgação)

Um software, desenvolvido pela Embrapa Soja (Londrina-PR), possibilita ao agricultor racionalizar o uso de fertilizantes nos sistemas de produção de soja, garantindo aumento de produtividade aliado à redução de custos. A nova plataforma on-line, denominada AFERE – Avaliação da Fertilidade do Solo e Recomendação da Adubação, planeja o manejo de adubação das áreas agrícolas ajustado com as necessidades de reposição de nutrientes, considerando o histórico de produção da área avaliada e o balanço de entradas e saídas de nutrientes. O lançamento será durante o IX Congresso Brasileiro de Soja e o Mercosoja 2022, que acontecem paralelamente no período de 16 a 19 de maio, em Foz do Iguaçu (PR).

De acordo com o pesquisador Adilson de Oliveira Jr., da Embrapa Soja, à medida que a produtividade das culturas aumenta, torna-se necessário ajustar a adubação de reposição, evitando balanços nutricionais negativos, por meio de exportação de nutrientes sem a correspondente reposição. O software foi desenvolvido com foco em produtores rurais, empresas do mercado de consultoria, planejamento e assistência técnica.

Esse primeiro módulo da plataforma AFERE irá realizar o cálculo do balanço da adubação e gerar relatórios de reposição dos nutrientes em sistemas de produção de soja. “Estamos disponibilizando um sistema gratuito com funcionalidades que possibilitam armazenar os dados do usuário, gerar históricos de adubação, de produtividade e dos balanços nutricionais ao longo do tempo”, destaca. “Nossa proposta com essa ferramenta é incrementar os processos de recomendação de adubação, mapeando constantemente as áreas produtivas para evitar balanços nutricionais negativos que reduzem a produtividade, além de maximizar o uso dos nutrientes disponíveis no solo para minimizar os custos de produção”, acrescenta Oliveira Jr.

Um dos impactos esperados com o lançamento da tecnologia é racionalizar o uso de fertilizantes, que representam o principal custo de implantação de uma lavoura de soja. No último ano, o valor da tonelada desses produtos teve um incremento de 162%, saltando, em média, de R$ 2.133,00, em fevereiro de 2021, para R$ 5.600,00, em fevereiro de 2022, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná. O Brasil importa a maior parte dos fertilizantes usados na agropecuária nacional, em especial o potássio, o nitrogênio e o fósforo. Reduzir esta dependência é estratégico para o País, tanto que o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), lançado pelo Governo Federal em março, tem como meta diminuir a importação de fertilizantes, em 2050, de 85% para 45%.

Próximos Módulos

O segundo módulo da plataforma AFERE possibilitará a interpretação da análise foliar da soja a partir de novos padrões nutricionais, condizentes com os patamares de produtividade, utilizando ferramentas de avaliação do estado nutricional como o Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) e a Diagnose da Composição Nutricional (CND).

Segundo o pesquisador Fábio Álvares de Oliveira, novos padrões para interpretação nutricional da cultura da soja são necessários para otimizar a recomendação de adubação e, com isso, incrementar a produtividade. Outra questão importante é a possibilidade de regionalização da interpretação, em função das características de cada ambiente de produção.

O módulo 3 irá indicar a necessidade de correção da acidez e a recomendação de adubação (nutrientes/fertilizantes), por meio da interpretação do cadastro dos resultados das análises de solo, integrando as informações de balanço, diagnose nutricional e sistemas de produção nas recomendações. Nesse módulo também será disponibilizado uma calculadora que possibilitará a escolha de produtos em função dos custos visando o maior retorno econômico. (Da Embrapa)

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