CRISTIANO MACHADO
DE PALMAS
Decisão da Justiça desobriga um produtor rural de Santa Rita do Tocantins (130 km de Palmas) a destruir 120 hectares de soja. A medida administrativa havia sido determinada pela Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), órgão do governo estadual, porque a lavoura não possuía registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e cadastro na agência.
O órgão estadual havia informado que a destruição (química ou mecânica) deveria ser feita porque o plantio ocorreu no período do vazio sanitário (que é proibido) e para evitar possivelmente contaminação com ferrugem asiática na região.
“Não recolhemos as taxas e, consequentemente, deixamos de fazer os trâmites burocráticos apenas. A fazenda não pode ser penalizada dessa forma por uma questão burocrática”, disse o produtor, em entrevista exclusiva, ao Norte Agropecuário. Seu nome será preservado pelo portal até a conclusão do embate judicial.
O Norte Agropecuário procurou advogados do produtor para obter a cópia da decisão, mas não localizou os mesmos. Porém, além da informação do próprio dono da área, a Adapec confirmou ao Norte Agropecuário que a liminar foi concedida.
Segundo o sojicultor, que foi multado em R$ 8,4 mil pela falta de registro da lavoura, o pedido ao juiz foi embasado por laudos de peritos contratados por ele que atestam que não há doenças e risco de contaminações na área. “Todos os cuidados sanitários foram tomados, estão sendo tomados e serão tomados ainda mais. Não foi constatado nenhuma doença e risco pelo perito. E, diante desses laudos, o juiz deu a decisão”, complementou.
EXPERIMENTOS E EMPREGOS
Mineiro de Frutal, o sojicultor alvo da decisão da Adapec produz no Tocantins há três anos. Atualmente, a área de 120 hectares em Santa Rita é um experimento. Ele afirmou que pretende plantar na próxima safra 2017/2018 aproximadamente 6 mil hectares. Além de Santa Rita, o plantio será feito em Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão e Palmeirópolis. Somente em Santa Rita ele gera 150 empregos. Quando os trabalhos na próxima safra estiverem iniciados a meta é ter 250 pessoas trabalhando nessas áreas.
Deixe um comentário