Criada em 02/07/2018 às 09h33 | Política brasileira

"Risco aceitável" é brincadeira tenebrosa com a saúde da população, dizem contrários a mudanças na lei dos agrotóxicos

Para apresentadora e escritora, coordenador do Greenpeace Brasil e ator e produtor rural orgânico dizem que “discurso de modernização só tenta enganar público”. Os três reforçam ainda que essa tese “não está presente em nenhum momento das mal traçadas linhas” do projeto.

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Autores do artigo na Folha de S.Paulo se referem ao tema como “Pacote do Veneno”, como se disseminou o termo nas redes sociais; na foto a sessão em comissão da Câmara que debateu a proposta (foto: Michel Jesus/Agência Câmara/Arquivo)

Contrários às modificações feitas na chamada lei dos agrotóxicos, uma apresentadora de TV, chef de cozinha natural e escritora de TV, um membro do Greenpeace Brasil e um ator e produtor orgânico criticam a proposta em discussão no Congresso. Os argumentos de Bela Gil, Marcio Astrini e Marcos Palmeira também estão em artigo publicado na Folha de S.Paulo nesta segunda-feira, dia 2, com o título “No mundo dos agrotóxicos, não há jantar grátis”. Eles defendem que o discurso dos favoráveis ao tema de necessidade de modernizar a legislação “só tenta enganar o público”. 

“Na letra da lei, o projeto permitirá o uso e registro de produtos com potencial cancerígeno, capazes de causar malformação fetal e mutação genética, alguns deles proibidos em outros países. Substâncias banidas ao redor do mundo ganharão mercado por aqui”, escrevem os três, que assinaram em conjunto o artigo no jornal. “Além disso, caso a requisição de registro de agrotóxico não tenha desfecho em menos de 24 meses, o produto poderá ganhar o direito provisório e ser usado, enquanto as análises de sua periculosidade correm em paralelo”, complementam.

Logo no início do artigo eles se referem ao tema como “Pacote do Veneno”, como se disseminou o termo nas redes sociais. E afirmam que a medida visa “colocar ainda mais agrotóxicos no prato dos brasileiros”. “Ao longo do debate, diversos órgãos declararam que as consequências desse projeto seriam catastróficas para a saúde e o meio ambiente: Ministério Público Federal, Fiocruz, Instituto Nacional do Câncer, Ministério Público do Trabalho, Anvisa, Ibama, Ministério da Saúde, Conselho Nacional dos Direitos Humanos, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e mais de 300 outras organizações da sociedade civil”, afirmaram.

Para ele, é “difícil acreditar que todos esses órgãos, seus cientistas e pesquisadores estariam errados, ficando a razão e o interesse público exclusivamente ao lado de um punhado de deputados e das indústrias que têm interesse na comercialização de pesticidas. Obviamente, não é o caso”.

Os três reforçam ainda que “não está presente em nenhum momento das mal traçadas linhas” do projeto que a meta é a modernização do setor. “O projeto deixa absolutamente clara sua intenção ao retirar da análise de tais substâncias os órgãos que hoje cuidam da saúde pública e ambiental. Depositam a força decisória nas mãos apenas do Ministério da Agricultura e na boa vontade das empresas. Para substâncias que causam câncer, instituem o conceito de "risco aceitável", uma espécie de brincadeira tenebrosa com a saúde da população”, destacaram Bela Gil (apresentadora, chef de cozinha natural e escritora), Marcio Astrini (coordenador de políticas públicas do Greenpeace Brasil) e Marcos Palmeira (Ator e produtor orgânico).

Clique aqui e leia o artigo na íntegra na Folha de S.Paulo:

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