Elisângela Roque dos Santos
DE PALMAS (TO)
Produtores de mandioca do Tocantins estão vendo sua produtividade duplicar com a adoção de boas práticas de cultivo, o chamado Trio da Produtividade. A produção da raiz no estado, que segundo dados do IBGE (2017) é de 208.200 toneladas, não atende à demanda do mercado interno, que importa farinha de outras regiões, como Pará e Maranhão. Segundo Gustavo Campos, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, os produtores precisam incorporar as técnicas adequadas de cultivo da mandioca para superarem a intensificação do estresse hídrico, que tende a se agravar com as mudanças climáticas.
O pesquisador conta que a média de produtividade é de apenas 7 toneladas por hectare, extremamente reduzida, uma vez que a cultura pode chegar até a 90 toneladas. Segundo ele, é comum se verificar em diversas propriedades a germinação de apenas metade das covas. “Isso está muito ligado ao sistema de manejo rudimentar aplicado pela maioria dos pequenos agricultores, com a não utilização de fundamentos básicos do sistema de produção”, afirma Campos.
Pensando nisso, foi criado o Trio da Produtividade – expressão elaborada para facilitar o entendimento de três componentes básicos do sistema de produção da cultura da mandioca classificados como “tecnologias de processo”. Elas não elevam o custo de produção, mas proporcionam um forte impacto na produtividade de raízes, por contribuírem diretamente para que a cultura da mandioca expresse seu potencial genético na produção familiar.
Tudo começa na correta seleção da maniva, que deve ser retirada da parte mais grossa do caule. O segundo ponto destacado no Tripé da Produtividade é o espaçamento adequado e a fertilidade do solo. O terceiro ponto baseia-se na recomendação de se manter o mato longe da planta, pelo menos nos cem primeiros dias de cultivo. (Da Embrapa)
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