Carolina Lorencetti
DE BALSAS (MA)
Os produtores de soja da região de Matopibe (Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão) sofreram com os prolongados veranicos que afetaram as lavouras nesta safra. O resultado pode ser uma medida de segurança de todos os estados de quase 12% em comparação com a safra anterior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mas não é todo mundo que passa por problemas, já que optaram por um manejo diferenciado no solo para garantir o bem estar das plantas. Confira como dicas abaixo!
O Tocantins deve registrar uma quebra de segurança entre os estados do Matopiba, com -0,8% ante uma safra anterior. Já na Bahia será o contrário, a maior redução de produção (-21,1%). Depois vem o Piauí, com uma colheita 9,5% menor e por fim o Maranhão com redução de 3,7% na produção, totalizando 2,8 milhões de toneladas.
Balsas e o principal produtor de soja do Maranhão e vem se destacando na produção da oleaginosa, ainda mais em consideração que os veranicos são comuns por lá. A família do produtor Joel Hedges tem 35 anos e sabe o que é bê-a-bá para uma safra produtiva.
“Variedades adaptadas, culturas forrageiras na entressafra, tudo entra no sistema. Não é se preparando de um ano pro outro, é sempre um sistema. É um ano inteiro, aumentando o componente, é uma parte. "É um sistema que funciona como um modelo para esse tipo de produto verânico", afirma Hedges.
Dicas para se dar bem
A física não é um grande desafio, não é um perfil de solo, mas também é física e química da área de assistência, mas nem sempre se preocupam em fazer.
O perfil do solo começa com uma análise das camadas. São feitas amostras de profundidade de 0 a 10 cm, de 10 a 20 cm e de 20 a 40 cm. Depois disso é que entra, de fato, uma correção do solo com fertilizantes e calcário e o preparo do solo, com as máquinas em campo.
Um perfil adequado não se limita apenas com as camadas do solo, mas também com o que está em cima, a cobertura de solo. É por isso que na propriedade de Hedges estão sendo feitos testes com seis variedades de forrageiras.
O pesquisador da Embrapa, Dirceu Klepler, explicou que a palhada mais comum na região é a braquiária, mas o milheto é uma boa opção. Além de pensar em rotação de culturas, que tal ampliar os horizontes?
Dependendo dos problemas que se tem na propriedade, o ideal é usar um milheto com baixo fator de reprodução ao nematoide (doença que ataca a soja) ou então outras culturas para quem tiver problema de nematoide, cisto etc. O ideal é fazer também rotação dessas coberturas, mas nem sempre isso é viável”, afirma.
Acompanhamento do solo
O acompanhamento da compactação do solo, todos os anos, ajuda a identificar exatamente os gargalos que darão dor de cabeça durante as estiagens. “Serve pra gente identificar exatamente os gargalos que a seca tem, que é tornar o solo duro demais pra planta poder colocar suas raízes e aproveitar a água de forma mais profunda”, afirma Hedges.
Outra dica é acompanhar a produtividade da área e refazer as análises se registrar baixas produtivas. O ideal é uma amostra a cada cem hectares de terra. Só de calcário, o produtor da região desembolsa R$ 110 por tonelada no transporte, incluindo uma balsa. No galpão da propriedade ainda tem fósforo, enxofre, nitrogênio e também sulfato de amônia.
O solo predominante no sul do Maranhão é o latossolo, que tem mais argila e é mais profundo, com até cinco metros, mas nem por isso mais produtivo.
“Nós precisamos oferecer bons fertilizantes e insumos para um bom crescimento da planta. principalmente o calcário e fósforo. então os latossolos são extremamente importantes. mais importante ainda quanto maior o teor de areia do solo. Os solos mais arenosos, ainda mais importantes têm o perfil de solo menor de água para plantas em um período de veranico ”. (Do Canal Rural)
Deixe um comentário