Criada em 02/05/2020 às 12h41 | Negócios

Etanol: Com queda de 50% nas vendas, setor beira o colapso, aponta executivo da Única: “toda a cadeia está em risco”

A queda drástica da demanda por combustíveis, as retrações nas cotações do petróleo e o recuo nos preços do açúcar já impactam o faturamento setorial. Na primeira quinzena de abril, a receita com a venda de etanol caiu quase 50% na comparação com os valores no mesmo período de 2019.

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“O anúncio de medidas emergenciais é absolutamente urgente e necessário para reduzirmos o risco de colapso das atividades do setor”, ressalta Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (foto: Unica)

A desaceleração da economia e as medidas de isolamento para controle da disseminação do novo coronavírus já repercutem sobre as vendas de etanol.

As unidades produtoras da região Centro-Sul comercializaram 799,03 milhões de litros nos primeiros quinze dias de abril. Desse total, as vendas de etanol hidratado ao mercado interno somaram 560,48 milhões de litros, expressiva queda 35,77% frente a mesma quinzena de 2019. Em relação ao etanol anidro, foram 201,20 milhões de litros comercializados domesticamente, contra 302,91 milhões de litros no ano anterior.

A queda drástica da demanda por combustíveis, as retrações nas cotações do petróleo e o recuo nos preços do açúcar já impactam o faturamento setorial. Na primeira quinzena de abril, a receita com a venda de etanol caiu quase 50% na comparação com os valores registrados no mesmo período de 2019.

“O anúncio de medidas emergenciais é absolutamente urgente e necessário para reduzirmos o risco de colapso das atividades do setor”, ressalta Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). “É a manutenção de toda uma cadeia produtiva e de seus milhares de empregos que estão em jogo”, completou o executivo.

PRODUÇÃO E MOAGEM

Contrastando com a queda nas vendas, a moagem alcançou 22,38 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nos quinze primeiros dias do mês: o segundo maior índice histórico para o período; menor apenas quando comparada às 32,94 milhões de toneladas apuradas nessa mesma quinzena da temporada 2016/2017. No comparativo quinzenal com o resultado observado em 2019 (13,90 milhões de toneladas), houve um crescimento de quase 8,5 milhões de toneladas.

“Esse resultado mostra o esforço do setor sucroenergético em iniciar a safra, a despeito de todas as dificuldades decorrentes da pandemia do novo coronavírus e da disputa entre os produtores de petróleo”, declara Rodrigues.

De fato, até 16 de abril, 178 unidades produtoras já estavam em operação no Centro-Sul (destas, 6 produzindo etanol de milho). Nessa mesma data do último ano eram 157. A expectativa é de que outras 32 unidades iniciem a safra na segunda metade de abril e outras 29 comecem a operar em maio. “Cabe lembrar, porém, que 20 unidades postergaram o início de suas atividades para quinzenas subsequentes devido ao cenário atual, incerto e preocupante”, lembrou Rodrigues.

As produções de açúcar e de etanol aumentaram nesse início de safra. Nos primeiros 15 dias de abril, o volume fabricado do biocombustível somou 981,86 milhões de litros (180,14 milhões de litros de etanol anidro e 801,72 milhões de litros de etanol hidratado), alta de 32,70% em relação a mesma quinzena de 2019. O volume inclui a fabricação de etanol a partir do milho, que totalizou 86,30 milhões de litros até 16 de abril, ante 49,07 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2019/2020 – alta de 75,87%.

No caso do açúcar, a produção atingiu 948,50 milhões de toneladas, mais do que o dobro verificado na safra passada (340,10 milhões de toneladas).

Com isso, o percentual de cana-de-açúcar destinada à fabricação da commodity saltou de 23,49% em 2019 para 39,69% na primeira metade de abril do ano corrente. “Esse comportamento do mix favorável ao açúcar era esperado, em vista dos baixos preços praticados para o biocombustível “Informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e compiladas pela UNICA mostram que na última semana (entre 19 a 25 de abril), 7 cidades paulistas já apresentam preço relativo entre etanol versus gasolina inferior a 60%. Abaixo da paridade técnica de 70%, são 173 munícipios dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás – cifra expressiva considerando que a pesquisa parte de uma amostra de 445 cidades brasileiras.

“O avanço da produção e a baixa demanda pelo combustível exigem linhas financeiras para viabilizar a armazenagem de etanol pelos produtores. Estamos no início da safra e é no período de moagem que ocorre o maior desembolso para pagamento dos custos de produção. Se não encontrarmos meios para estocar o produto, teremos uma intensificação da situação dramática vivenciada pela cadeia sucroenergética”, completou o executivo.

Dados publicados pela Agência evidenciam que não existe restrição de tancagem física nas usinas e destilarias do País. A capacidade de armazenamento de etanol nessas unidades é superior a 17 bilhões de litros. (Da Única)

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