Criada em 29/05/2018 às 17h17 | Investigação

Uniggel Sementes nega envolvimento na Operação Shoyo; empresa alvo da maior multa não tem ligação com a marca

A Uniggel Sementes esclareceu que a empresa de nome homônimo não pertence ao grupo. A empresa alvo da Operação Shoyo, Uniggel Proteção de Plantas LTDA foi autuada e teve multa aplicada na ordem de R$ 13,255 milhões pela compra de 26.510 sacas de soja em Porto Nacional, no Tocantins.

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Cinco tradings foram multadas em R$ 24,6 milhões por adquirir 49.205 sacas de 60 kg de soja produzida em áreas embargadas pelo Ibama. (Foto Divulgação Web)

Em nota enviada ao portal Norte Agropecuário, a Uniggel Sementes negou qualquer ligação com a empresa Uniggel Proteção de Plantas LTDA que foi alvo da Operação Shoyo deflagrada no mês de abril pelo Ibama com o apoio do Ministério Público Federal na região do Matopiba, abrangendo os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

A Uniggel Sementes esclareceu que as empresas que compõem a marca são: Uniggel Ind. e Com. de Sementes LTDA, Fausto Vinícius de Guimarães Garcia e Outros e Uniggel Armazéns Gerais Garcia LTDA. “O Grupo Uniggel zela pelas boas práticas de conservação e respeito ao meio ambiente e, por isso, investe sempre em tecnologia, em parcerias e treinamentos de equipe para continuar crescendo com foco na sustentabilidade. A companhia reafirma seu compromisso com o meio ambiente e mantém o apoio às ações dos órgãos de fiscalização e às normas da legislação ambiental”, esclareceu em nota.

Entenda a Operação

De acordo com os órgãos fiscalizadores, o objetivo da Operação Shoyo é coibir o desmatamento ilegal no cerrado e responsabilizar empresas e produtores rurais que descumprem embargos de áreas ilegalmente desmatadas e comercializam, financiam ou intermedeiam produtos agrícolas procedentes dessas áreas.

Até a última quarta-feira, 23, a Operação havia resultado na aplicação de 62 autos de infração, totalizando R$ 105,7 milhões.

As ilegalidades estavam associadas a 78 pessoas (físicas e jurídicas) e 77 imóveis. Produtores rurais foram autuados por descumprir embargos do Instituto em 40 propriedades, impedir a regeneração natural em outras 14 e comercializar produtos de origem vegetal produzidos em áreas embargadas de 10 imóveis rurais.

Cinco tradings foram multadas em R$ 24,6 milhões por adquirir 49.205 sacas de 60 kg de soja produzida em áreas embargadas pelo Ibama. Durante a investigação foi constatado que a compra antecipada de grãos financiou a atividade ilegal.

Foram apreendidas 84.024 sacas de grãos durante a operação, o que corresponde a 5.041 toneladas. Além das medidas aplicadas pelo Ibama, o MPF irá propor ação civil pública para que os infratores reparem todos os danos ambientais causados pela atividade ilegal.

Empresas

Conforme os órgãos fiscalizadores, a Uniggel Proteção de Plantas Ltda (alvo da Operação Shoyo) recebeu a maior multa no valor de R$ 13,255 milhões, pela compra de 26.510 sacas de soja em Porto Nacional, no Tocantins.

A Cargill foi autuada em R$ 5 milhões por ter comprado 10 mil sacas de 60 quilos de soja produzidas na região de Balsas, no Maranhão. No caso da Bunge, a multa foi de R$ 1,870 milhão, por ter adquirido 3.741 sacas na mesma região.

A ABC Inco, ligada ao Grupo Algar Agro, recebeu multa de R$ 4,367 milhões pela aquisição de 8.734 sacas em Balsas (MA). Na mesma região, foi autuada a JJ Samara Agronegócios Eireli, com multa de R$ 110 mil pela compra de 220 sacas de 60 quilos de soja produzida sobre área embargada.

Desmatamento

A lista pública de embargos ambientais, disponível para consulta no site do Ibama, aponta as áreas proibidas para produção. O art. 54 do Decreto 6.514/2008 define como ilícito ambiental o comércio de produtos rurais procedentes dessas áreas. Na Amazônia Legal, a lista pública de autuações e embargos é usada por integrantes da cadeia produtiva da soja em análises de risco para a concessão de créditos rurais, o que gera compromissos econômicos voluntários em favor do controle do desmatamento.

“O desmatamento ilegal no Cerrado é mais acelerado no Matopiba do que em outras regiões do bioma, o que exige o aprimoramento das estratégias de controle para garantir que a dissuasão atinja todos os elos ilegais na cadeia produtiva”, diz o coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, Renê Luiz de Oliveira. (Com informações Ascom MPF, Ibama e Estadão Conteúdo)

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