Criada em 22/03/2017 às 14h40 | Mercado

Representantes de fiscais e inspetores do Estado cobram estrutura para manter sanidade animal e vegetal no Tocantins

O posicionamento de ambos ocorre no mesmo dia que o presidente da Adapec (Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins), Humberto Camelo, dá início a uma série de visitas ao interior do Estado com o propósito, segundo o próprio, de discutir “entraves” e “gargalos” do trabalho.

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Inspeção estadual no Tocantins é realizada pela Adapec: Estrutura precária, falta de material de trabalho e investimentos são alguns dos problemas apontados pelos representantes dos servidores do Estado (foto: Adapec/Divulgação)

Apesar de ressaltar o comprometimento dos profissionais e ressaltar que o número de funcionários destacados para o serviço ser considerado “bom”, a falta de estrutura oferecida pelo governo do Estado para a inspeção animal e vegetal no Tocantins compromete o trabalho. A afirmação é feita por dois representantes da categoria no Estado: Averaldo Vitorino de Azevedo (presidente do Sindicato dos Profissionais de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins-Sindagro) e Wiston Gomes (presidente da Associação dos Funcionários da Adapec).

Na manhã desta quarta-feira, 22, eles se reuniram com o presidente da Federação dos Sindicatos de Servidores Públicos do Tocantins (Fesserto), Carlos Augusto Melo de Oliveira, para discutir a situação.  

Segundo os representantes dos trabalhadores do setor, há 806 servidores para fiscalização e inspeção na Adapec. “O número é viável, bom”, afirma Wiston Gomes. “São capacitados, bem preparados para o serviço”, complementa Averaldo Vitorino.

Eles manifestaram ao Norte Agropecuário, entretanto, a preocupação com a qualidade do trabalho da Adapec, vital para manutenção dos produtos tocantinenses em mercados importantes do país e do mundo. “Os fiscais e inspetores são profissionais capacitados, mas necessitam de estrutura para desenvolver o trabalho. A estrutura oferecida pelo Estado é precária, o que pode influenciar na qualidade do trabalho, não por culpa do servidor, que fique bem claro”, disse Averaldo Azevedo.

Segundo Wiston Gomes, entre os problemas estruturais estão materiais de trabalho. “As regionais não oferecem estrutura adequada de trabalho, como estrutura física, computadores, internet para comunicação mais ágil. Muitos desses materiais, o servidor que é obrigado a arcar com os custos”, afirmou Wiston Gomes.

“GARGALOS” E “ENTRAVES”

O posicionamento de ambos ocorre no mesmo dia que o presidente da Adapec (Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins), Humberto Camelo, dá início a uma série de visitas ao interior do Estado com o propósito, segundo o próprio, de discutir “entraves” e “gargalos” do trabalho de inspeção animal e vegetal no Tocantins. Mesmo sem nenhum frigorífico do Tocantins ter sido alvo, o temor é impactos e reflexos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal.“É importante essa iniciativa, parabenizamos, mas ele deveria ter feito isso no início da gestão. Além disso, ele sabe dos problemas pois mensalmente há reunião com os delegados, onde isso tudo é discutido”, afirmou Wiston Gomes. 

Na tarde dessa quarta-feira, 22, a Adapec enviou a seguinte manifestação sobre os argumentos dos representantes dos servidores: 

"Sobre solicitação deste veículo a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) esclarece que o órgão conta atualmente com de 1.368 servidores no quadro, sendo que destes, 1.262 são concursados. A gestão reforça o seu comprometimento e de seus servidores com a defesa agropecuária tocantinense. Por isso, foi investido no ano de 2016 em manutenção e serviços em todas as 11 regionais, um valor de R$ 4.351.890,36 e mais R$ 80.168.580,60 com folha de pagamento; R$ 17.566.097,84 com REDAD, totalizando um investimento de aproximadamente R$ 102 milhões de reais.

Sobre a estrutura e manutenção das regionais, a direção da Adapec reafirma que os materiais de expediente, consumo, limpeza e outros essenciais para o bom funcionamento do trabalho e atendimento aos produtores rurais e as demandas da defesa agropecuária são distribuídos constantemente aos escritórios, de acordo com a solicitação de cada município, sendo que última remessa foi entregue no dia 17 de março deste ano. Sobre o sinal de internet, esclarecemos que apenas 12 municípios não estão interligados no sistema online, porque o sinal da operadora que atende a Agência não chega a esses municípios, e não há licitação de operadoras para estas regiões, porém, não há prejuízos no serviço porque a emissão de guia de trânsito animal (GTA) é emitida manualmente e as demandas são pequenas.

A Agência desconhece que servidores estejam arcando com despesas do órgão e não compactua com tal atitude, inclusive no início desta gestão foi feita uma orientação a todos os escritórios para evitar o fato. Sobre a realização das reuniões descentralizadas, estas já estavam previstas para este ano, e foram planejadas de acordo com a Lei Orçamentária e o objetivo é que a gestão possa estar mais próxima das unidades de serviço da Adapec, discutindo ações estratégicas, padronização das ações e alinhamento de informações referentes às questões administrativas e o serviço de defesa e inspeção animal e vegetal.

A Adapec treinou e qualificou do início de 2016 até março deste ano, mais 400 servidores entre inspetores e fiscais agropecuários que atuam no serviço de inspeção estadual, atuação em frigoríficos, processamento de pescado, controle da raiva dos herbívoros, defesa e sanidade dos equídeos, sanidade avícola e na área de sanidade e inspeção vegetal. Na linha de inspeção contamos com 23 inspetores de defesa agropecuária (médicos veterinários) e mais 13 fiscais agropecuárias, sendo que nos 03 frigoríficos com serviço de inspeção estadual a fiscalização da Adapec é permanente, e nos entrepostos e laticínios (21 estabelecimentos registrados), ela acontece periodicamente duas vezes na semana.

Reafirmamos que esta gestão trabalha com planejamento, transparência e comprometimento, respeitando sempre as legislações."

*Atualizada às 23h02 

Representantes dos servidores discutiram a situação nesta manhã, na sede da Fesserto, em Palmas (foto: Divulgação)

Representantes dos servidores discutiram a situação nesta manhã,
na sede da Fesserto, em Palmas (foto: Divulgação) 

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