Criada em 04/07/2017 às 09h23 | Pecuária

Sindicarnes diz estar atento a decisões “que atendam somente um elo da cadeia produtiva” e quer discutir crise da pecuária

Entidade se manifesta sobre movimento de pecuaristas da região de Araguaína de “abate zero”. “A crise e o consumo caindo não dependem do setor. Os preços do boi não estão em baixa só no Tocantins, mas em vários Estados", disse Oswaldo Stival Júnior.

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Cadeia produtiva discute redução da alíquota do ICMS para venda do gado tocantinense (foto: Agência Brasil)

O presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Carnes Bovinas, Suínas, Aves, Peixes e Derivados (Sindicarnes), Oswaldo Stival Júnior, disse que a entidade que representa os frigoríficos está atenta a decisões que atendam apenas um setor da cadeia produtiva. “Sindicarnes está atento às decisões que atendam somente um elo da cadeia sem analisar todos integrantes”, disse ao Norte Agropecuário.

Ao avaliar o movimento de pecuaristas do norte do Tocantins de “abate zero” no Tocantins por preços abaixo de R$ 130 a arroba, a entidade reivindica discussão mais ampla. “A crise e o consumo caindo não dependem do setor. Os preços do boi não estão em baixa só no Tocantins, mas em vários Estados do Brasil”, disse Stival.

Os produtores fizeram um pacto de não vender para frigoríficos a menos de R$ 136 a arroba do boi. E mais: reivindicam do governo do Estado redução do ICMS do boi para outros Estados de 7% para 3%. “As indústrias instaladas no Estado têm capacidade de abater 2.000.000 cabeças/ano e só abate 900.000 cabeça/ano por falta de matéria-prima. Se falta como podemos concordar com a saída de mais animais acabados para abate do Estado? Creio que 55% de ociosidade das indústrias não é possível”, finalizou.

DISCUSSÃO ANTIGA

Representante dos frigoríficos, o Sindicarnes vem há algum tempo discute com governo do Estado a necessidade de ajustes fiscais no Tocantins. “A crise hoje é nacional e todos estamos sofrendo as consequências. Nós das indústrias frigoríficas do Tocantins estamos fazendo ações para não ter que reduzir o quadro de servidores ou até mesmo fechar”, disse Stival em junho de 2015, durante assembleia da diretoria.

Meses antes, em fevereiro do mesmo ano, Stival havia cobrado do governo do Estado em audiência com o governador Marcelo Miranda a criação de uma política de proteção à indústria da carne no Tocantins. Entre as reivindicações, duas delas consideradas primordiais: valor da alíquota de ICMS na comercialização do boi vivo e valor da contribuição das empresas para o Fundo de Desenvolvimento Econômico (CDE) do Estado.

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