Criada em 18/01/2018 às 16h14 | Agronegócio

Rússia pode voltar a importar carne brasileira; medida beneficiaria frigoríficos tocantinenses afetados com a suspensão

O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luís Rangel, entregou ao chefe do serviço sanitário russo, Sergey Dankvert, as informações consolidadas das investigações brasileiras sobre o uso de ractopmina em produtos exportados ao país. O encontro aconteceu na Alemanha.

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A Rússia anunciou a suspensão de compra de carnes suína e bovina do Brasil em novembro de 2017, afetando 59 frigoríficos brasileiros, quatro deles do Tocantins. (Foto: JC/Reprodução)

O governo russo comprometeu-se a “avaliar com o máximo de celeridade, uma vez que o Brasil é um importante fornecedor” a reabertura do mercado à carne brasileira, declarou Sergey Dankvert, chefe do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor) da Rússia, ao secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luís Rangel.

O encontro aconteceu na Alemanha, onde Rangel integra comitiva do ministro Blairo Maggi, para participar do Fórum Global para a Alimentação e a Agricultura (GFFA). O secretário entregou pessoalmente a Sergey Dankvert informações consolidadas das investigações brasileiras sobre alegadas detecções de ractopmina (promotor de crescimento autorizado no Brasil, mas não aceito na Rússia) em produtos exportados ao país.

De acordo com Luis Rangel, houve interesse em informações finais sobre a recente abertura de mercado para o trigo da Rússia e sobre a possibilidade de autorizar plantas adicionais para importação de pescado russo. As primeiras importações de trigo deverão acontecer em breve, segundo o secretário.

Foi destacado que o mercado agropecuário é importante, mas que está dentro de um contexto de comércio como um todo. As autoridades sanitárias se comprometeram a avançar o máximo possível nas questões técnicas permitindo aos mercados se ajustarem da melhor forma.

Luis Rangel disse que a reunião ocorreu em clima cordial e que foi apresentado um conceito de parceria entre os países em consideração à qualidade do produto brasileiro.

Restrições

A Rússia anunciou a suspensão de compra de carnes suína e bovina do Brasil em novembro de 2017, afetando 59 frigoríficos brasileiros, quatro deles do Tocantins: Minerva, do município de Araguaína; Plena, de Paraíso do Tocantins; Cooperfrigu, de Gurupi; e Boi Brasil, de Alvorada.

As quatro unidades vendiam, em média, 20 mil toneladas por ano, o que representa R$ 260.000.000 em volume financeiro. O montante equivalia a 60% da exportação de carne do Tocantins, conforme informações apuradas, à época, pelo Norte Agropecuário junto ao Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Carnes Bovinas, Suínas, Aves, Peixes e Derivados do Estado do Tocantins (Sindicarnes).

ENTENDA O CASO

O uso da ractopamina foi o motivo alegado pela Rússia por suspender a compra de carne brasileira. Após a suspensão temporária de importações de carne brasileira pela Rússia, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) afirmou, em nota, que seus associados realizam controle de resíduos químicos de ractopamina com o objetivo de cumprir os critérios do mercado russo.

A entidade lembrou que a comercialização da ractopamina e de outros betabloqueadores para bovinos está suspensa desde o fim de 2012 pelo governo brasileiro. "Portanto, esta substância tem o seu uso proibido para bovinos, não existindo a necessidade de segregação da produção para atendimento ao mercado russo".

A Abiec também reforçou no comunicado que desde 2013 não há histórico de qualquer tipo de notificação pelas autoridades russas referentes ao uso de ractopamina em bovinos. (Da Redação do Norte Agropecuário com informações da Ascom Mapa)

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