Criada em 17/08/2018 às 18h17 | Agronegócio

Com 121 milhões/ton, soja baterá novo recorde na próxima safra e lavouras de algodão crescerão 14,3%, aponta consultoria

A perspectiva é de aumento da área plantada de soja em torno de 3,7%, chegando a 36,45 milhões de hectares. Entretanto, o aumento das lavouras de algodão chegará a 14,3% com expectativa de produção recorde de 2,3 milhões de toneladas de plumas.

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A produção de soja no Brasil deve somar novo recorde de 121 milhões de toneladas, superando as cerca de 119 milhões do ciclo anterior. (Foto Divulgação Web)

Roberto Samora
SÃO PAULO (SP)

Produtores voltarão a ampliar a área de soja na safra 2018/19 do Brasil para um recorde, mas o crescimento do plantio de algodão deverá ser um dos principais destaques da nova temporada, avaliou nesta sexta-feira um analista da consultoria IEG FNP.

O plantio de soja no maior exportador global da oleaginosa deverá crescer 3,7 por cento, para 36,45 milhões de hectares, enquanto a lavoura do algodão aumentará 14,3 por cento ante 2017/18, para 1,35 milhão de hectares, o que traz a perspectiva de a produção da pluma atingir um recorde de 2,3 milhões de toneladas, segundo a consultoria do Grupo Infoma.

“Algodão a situação é bem interessante, a safra está sendo extraordinária, e o produtor se capitalizou bastante...”, disse o analista Aedson Pereira, ressaltando os principais fatores que impulsionarão o plantio na nova temporada.

O Brasil é um dos principais exportadores globais de algodão, ficando atrás de Estados Unidos e Índia em 2017/18, segundo dados do Departamento Agricultura dos EUA (USDA).

Segundo ele, a colheita da safra 2017/18 de algodão está evoluindo bem, tendo atingido 50 por cento do total esperado, com produtividades “extraordinárias”.

Para 17/18, a expectativa é de produção de cerca de 2 milhões de toneladas da pluma, enquanto na temporada que vem a estimativa é de 2,3 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde.

Além dos preços favoráveis e da boa produtividade, o câmbio tem ajudado nas vendas antecipadas de algodão da próxima safra.

“Mato Grosso já tem quase metade da safra do ano que vem já vendida. Com o rápido fluxo da comercialização antecipada, o crescimento de área é dado como certo... a área pode crescer além do que estamos projetando”, disse ele, explicando que o cotonicultor geralmente planta muito mais do que comercializa antecipadamente.

Na safra que está sendo colhida, os produtores estão vendendo o volume que excedeu as expectativas iniciais no mercado interno, e têm encontrado boa demanda não apenas para a pluma como para o caroço, utilizado pela indústria de ração animal.

SOJA E MILHO

Com um crescimento de quase 4 por cento no plantio que começa em algumas semanas, a produção de soja do Brasil deve somar novo recorde de 121 milhões de toneladas, superando as cerca de 119 milhões do ciclo anterior, segundo a IEG FNP.

Isso com a consultoria sendo conservadora e apostando em uma produtividade na nova safra menor que em 17/18, quando o clima foi bastante favorável.

Segundo Pereira, o crescimento de área de soja poderia ser ainda maior, não fossem as consequências do tabelamento do frete rodoviário e um atraso nas entregas de fertilizantes.

“Apesar da elevação dos custos gerada pelo tabelamento de frete, salto do dólar frente ao real e elevação dos preços internacionais dos insumos, a rentabilidade das culturas deve estimular maiores investimentos”, afirmou o analista.

Ele pontuou que deve haver “modesta” abertura de área para a soja em 2018/19, com a oleaginosa ganhando terreno do milho primeira safra, da cana e pastagens.

Ao comentar o crescimento da área de soja em terras antes dedicadas à cana —em momento em que o setor sucroalcooleiro enfrenta dificuldades com o preço do açúcar— Pereira lembrou que a introdução da oleaginosa nesses terrenos é uma importante técnica agronômica, pois gera o benefício de fixação do nitrogênio no solo.

Com relação ao milho, ele disse que a safra seguirá dependente do plantio para colheita no inverno.

Assim, a área de segunda safra de milho crescerá 8,4 por cento em 2018/19, enquanto a de primeira deverá recuar 2,4 por cento, segundo números da consultoria.

Com uma produção de 26 milhões de toneladas no verão e 69 milhões de toneladas no inverno, a colheita total de milho seria de 95 milhões de toneladas, o que superaria as 81,5 milhões de toneladas da temporada 17/18, atingida pela seca. (Da Agência Reuters)

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