Criada em 22/03/2018 às 10h09 | Agronegócio

Produção assistida de soja muda realidade de agricultores em distrito rural de Palmas, capital do Estado do Tocantins

Produção agrícola em Palmas tem registrado crescimento nos últimos anos, com destaque para a soja, cuja safra 2016/2017 chegou a 71.056 toneladas de grão ante 26.400 em 2012/2013, um aumento de 269,1%.

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Cid Biavatti (esq.) conversa com Jefferson Marasca: Este ano a safra 2017/2018 de produção de soja é estimada em 80 mil toneladas de soja e outras 20 mil toneladas de milho em Buritirana (foto: Márcio Greick\Prefeitura de Palmas\Divulgação)

Márcio Greick
DE PALMAS (TO)

A família Marasca está no Tocantins desde 1986. Há 32 anos, quando deixou Cruz Alta - RS, a soja começava a surgir em grande escala na região Sul do país. A família se estabeleceu na cidade de Goiatuba, no antigo Goiás, em 1982, e dedicou-se ao plantio de arroz em uma área arrendada de mil hectares.

Na bagagem, muita vontade de trabalhar. No quinto ano de arrendamento, com o dinheiro fruto deste trabalho, eles compraram a sede da fazenda Três Ranchos, em 11 hectares desmatados, próximo ao Distrito de Buritirana. Durante anos, a família sobreviveu do plantio alternado de arroz sequeiro, capim e com o dinheiro adquirido investiu na criação de gado. Mas somente a partir do ano de 2000 e que resolveram investir definitivamente no plantio de soja na região.

A matriarca da família, Edela Marasca, lembra com detalhes de todas as dificuldades encontradas quando vieram para o Estado. “No ano de dois mil, com a chegada do asfalto até o Distrito Taquaruçu, começamos a plantar soja, mesmo com a falta de transporte, alta de asfalto, estradas ruins, falta de telefone, não desistimos. Nós tínhamos que descer a serra com nosso caminhão toco até Taquaruçu, para buscar o calcário e adubo”, lembra.

AS CONQUISTAS

A realidade hoje é outra. Da varanda da sede do escritório da fazenda, a dona Edela Marasca ao lado do filho Pedro Renato Marasca e do neto, Lucas Marasca, fala com orgulho das conquistas, e avanços, com o plantio de soja na região. “Hoje está muito mais fácil, temos tecnologias, estradas, asfalto, telefone móvel e uma grande variedade de sojas adaptadas ao cerrado e ao clima. A mudança foi realmente muito grande”, disse.

Atualmente a família planta soja em uma área de 1.700 hectares, sendo que 95% da produção de soja é destinada a exportação. No auge da safra, a fazenda ainda contrata prestadores de serviços com locação de máquinas, tratores e colheitadeiras. Após a colheita da soja, a produção é voltada para a safrinha de milho, milheto ou sorgo.

Para a família Marasca, vários fatores foram decisivos para o sucesso do empreendimento, dentre eles, o apoio técnico do setor público. “Temos todo apoio da Prefeitura, como a manutenção das estradas vicinais, orientação técnica quando necessária, e acesso a projetos pilotos”, disse.

Edela não esconde a felicidade de ter os filhos, Pedro Renato Marasca, Jeferson Luiz Marasca, Kisy Marasca, Lucas Marasca, e o neto Igor Marasca Moura, juntamente com o esposo, Gilberto José Marasca, administrando e participando dos negócios da família. “Passamos a vida toda aqui. Aqui é o melhor lugar do mundo”, celebra.

O filho mais velho, Jeferson Luiz Marasca, acredita que este ano, a produção tenha uma colheita bastante promissora. “O clima se comportou de maneira favorável, o manejo foi bom, espera-se chegar a uma média de até 60 sacadas por hectares na produtividade”, antecipa.

Outro fator decisivo para o sucesso na colheita deste ano, segundo Luiz Marasca, foi o suporte recebido da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), na parte de tecnologia, com também a realização de vários eventos, como o Dia de Campo, sobre integração lavoura/pecuária, e aumento de produtividade.

Outro incentivo a todos os produtores foi o interesse de grandes empresas na compra da soja plantada na região, como a Bunge, Cargill, Agrex, dentre outras. “Também é importante destacar que a melhoria genética dos grãos tem garantido novos mercados, como o da China, uma das grandes compradoras da soja brasileira”, ressaltou.
Ao ser questionado se valeu a pena vir para o Tocantins e investir em Palmas, o produtor de soja foi bastante enfático. “Estamos vendo um processo evolutivo, não só do cenário agrícola, bastante promissor”, destaca.

ASSENTAMENTO P.A SÍTIO

No assentamento P.A Sítio, o produtor rural Paulo Cezar Gonçalves, com o seu filho, Zacarias Henrique, já se prepara para fazer a colheita da soja até o final deste mês de março, em seus 47 hectares de área plantada. “Este ano a chuva foi abençoada, estamos esperando uma média de 60 sacas por hectare”, disse.

Cezar ainda conta com a safrinha do milheto, onde utilizada a palhada para ração animal, e garante que a soja, é um ótimo investimento. “A soja é um mercado garantido. É dinheiro no bolso”, finalizou.

APOIO TÉCNICO

A Prefeitura de Palmas, por meio da Seder, oferece apoio técnico a 11 produtores de Palmas. No Distrito de Buritirana foi necessário abrir uma nova saída para evitar o trânsito de veículo dentro do Distrito e garantir o escoamento da produção.

De acordo com o técnico em agropecuária, Cid Biavatti, a participação do município é permanente, principalmente nesta época da colheita da soja. “Fornecemos a infraestrutura para escoamento da produção, com a manutenção das estradas vicinais trafegáveis, principalmente nesta época chuvosa que coincide com a colheita da soja”, destacou.

Há destaque ainda para o programa de Distribuição de Calcário para pequenos e médios produtores, em duas modalidades. “Uma modalidade é pelo convênio com o Ministério da Agricultura onde é fornecido o calcário sem custo para o produtor, e a outra modalidade é dentro do Programa do Calcário da própria Seder, em que é fornecido o transporte do calcário da mineradora até a propriedade do produtor”, ressalta Biavatti.

Paralelo a isso, a Seder ainda fornece a análise do solo, reduzindo em 50% o custo, onde o produtor paga somente 50% da análise, e recebe a análise com a interpretação já direcionada para cultura que deseja ser plantada.

AUMENTO NA PRODUÇÃO

A produção agrícola em Palmas tem registrado crescimento nos últimos anos, com destaque para a soja, cuja safra 2016/2017 chegou a 71.056 toneladas de grão ante 26.400 em 2012/2013, um aumento de 269,1%. Já a produtividade cresceu 6,06%, saindo dos 3,30 quilos por hectare em 2013 para 3,50 no mesmo período. O mesmo com a área plantada, que saiu dos 8 mil hectares para 20.390 hectares.

De acordo com o IBGE, a área plantada em hectares no município de Palmas no ano de 2016, correspondeu a 9.750 hectares, correspondendo a 64.57% do percentual geral. Já a área colhida por hectares na produção agrícola municipal no ano de 2016, correspondeu a 9.250 toneladas, equivalente a 63,46% do percentual geral.

Em 2016, o município de Palmas atingiu 25.789 toneladas de soja, com rendimento médio da produção 2.788 quilogramas por hectares.

Este ano a safra 2017/2018 de produção de soja é estimada em 80 mil toneladas de soja e outras 20 mil toneladas de milho em Buritirana. (Da Secom\PalmasTO)

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