Criada em 22/04/2017 às 03h25 | Agronegócio

Conflito fundiário: polícia investiga ação de pistoleiros em cidade do Mato Grosso líder no ranking de desmatamento

Nove são mortos em assentamento. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), conflitos fundiários são comuns na gleba onde ocorreram as mortes há mais de dez anos, com registros de assassinatos e agressões.

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O município de Colniza é líder do ranking de desmatamentos na Amazônia (foto: Agência Brasil/Reprodução/Arquivo)

A Polícia Civil confirmou nesta sexta-feira (21) que pelo menos nove pessoas foram mortas em uma chacina ocorrida na Gleba Taquaruçu do Norte, na zona rural do Município de Colniza (1.055 km de Cuiabá). Os crimes ocorreram na quinta-feira (20).

A informação foi confirmada pela investigadora Elizangela Nunes, que está acompanhando o caso. Segundo ela, o número foi passado pela equipe enviada até o local. Além da Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros também foram até a região. As informações são do site MidiaNews.

LÍDER DO DESMATAMENTO

Localizada a 1065 km de Cuiabá, Colniza lidera o ranking dos municípios que mais desmatam na Amazônia. A cidade responde sozinha por 19% de todo o desmatamento registrado no estado entre agosto e dezembro de 2015, quando perdeu 74 quilômetros quadrados de floresta. Com 27.949 km2 de área, maior que o estado de Sergipe, o município no extremo noroeste de Mato Grosso retrata a realidade da região.

Entre Colniza e Juína, onde fica a sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que fiscaliza toda a região noroeste, são 319 quilômetros, percorridos em cerca de 7 horas de carro por meio de estradas de terra precárias e por 91 pontes de madeira.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, (CPT) conflitos fundiários são comuns na gleba onde ocorreram as mortes há mais de dez anos, com registros de assassinatos e agressões. A CPT informou que investigações policiais feitas nos últimos anos têm apontado que “os gerentes das fazendas na região comandavam rede de capangas para amedrontar e fazer os pequenos produtores desocuparem suas terras”.

AS VÍTIMAS

Ainda não há relatos sobre o sexo ou identidade das vítimas e nem para onde os corpos estão sendo levados. Sabe-se apenas que todos eram homens adultos. Segundo a Polícia Civil, a denúncia partiu de um homem que trabalha na travessia de barcas da região. Policiais dos distritos de Guatá e Guariba também entraram em contato com os de Colniza relatando o fato.

A principal suspeita da Polícia Civil sobre a motivação da chacina aponta para conflitos agrários e contratação de pistoleiros, uma vez que a região já tem registro de problemas de disputa de terra. A Polícia pediu reforço ainda na tarde de ontem, de helicóptero, carros e barcos para chegar à região. A região onde aconteceu a chacina fica a 250 quilômetros da sede do Município de Colniza.

Em razão da precariedade da estrada e da falta de comunicação, os policiais que saíram ontem à tarde de Colniza só conseguiram confirmar a informação no final da tarde desta sexta. Durante a tarde, os policiais começaram a remover os corpos para Colniza. Além da precariedade da estrada, eles ainda precisaram pegar uma balsa.

Segundo Elizangela, o crime não aconteceu dentro da Gleba Taquaruçu, mas a oito quilômetros de distância. A Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) está no local fazendo a identificação dos corpos. (Com informações do Midia News e Agência Brasil)

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