Criada em 06/11/2020 às 10h26 | Mercado

Abiove estima que Brasil vai importar um milhão de toneladas de soja neste ano de 2020; só em outubro foram 71 mil toneladas

Nos primeiros dez meses de 2020, já foram 600 mil toneladas, 379% a mais que em 2019, destacou a coluna Vaivém das Commodities, publicada pela Folha de S.Paulo, que já alertava para o aumento das importações. Mapa reconheceu que importações dos Estados Unidos não são comuns.

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A busca por suprimento nos Estados Unidos indica um desequilíbrio no mercado, apesar da safra recorde (foto: Aprosoja/Divulgação)

A Abiove (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais) estima que o volume de soja importado pelo Brasil chegue a cerca de um milhão de toneladas em 2020, sete vezes superior ao verificado no ano anterior. As exportações devem ficar na casa de 82 milhões de toneladas, alta de 10%.

Apenas em outubro, o Brasil importou 71 mil toneladas, contra 1,3 mil no mesmo período do ano anterior. Nos primeiros dez meses de 2020, já foram 600 mil toneladas, 379% a mais que em 2019, destacou a coluna Vaivém das Commodities, publicada pela Folha de S.Paulo, que já alertava para o aumento das importações.

Até setembro, as exportações vieram principalmente do Paraguai, que já é um tradicional fornecedor do Brasil, que compra soja do país vizinho também para reexportação. Mas nas últimas semanas, o departamento de agricultura dos Estados Unidos começou a registrar embarques para o Brasil.

Segundo a agência Reuters, o volume de soja americana importada deve atingir este ano o maior patamar desde 1997. A busca por suprimento nos Estados Unidos indica um desequilíbrio no mercado, apesar da safra recorde. Pelas estimativas da Abiove, o Brasil fechará o ano com estoques de cerca de 320 mil toneladas, um décimo do verificado no ano anterior.

Entre janeiro e julho, quando a maior parte da safra é comercializada, o Brasil exportou 69,7 milhões de toneladas, 36,4% a mais do o volume registrado no mesmo período do ano anterior.

A CHINA

Nesta sexta-feira, dia 6, o jornal Folha de S.Paulo informou que "maior produtor mundial de soja, o Brasil terá que contar com importações dos Estados Unidos para enfrentar a entressafra após exportações em massa para a China no primeiro semestre". "A necessidade de importações reflete a queda nos estoques internos provocada pelo grande volume de exportações e pelo aumento da demanda doméstica. Ocorre em um momento de preços elevados do grão, que está mais caro do que nos meses em que o país vendeu sua produção ao exterior", informou a Folha.Principal cliente, a China comprou 50,5 milhões de toneladas no período, 32,2% a mais do que em 2019.

Com a retração das exportações argentinas em meio à crise econômica local e a safra americana só disponível no segundo semestre, o Brasil acabou se tornando o único grande fornecedor global naquele período.

Em outubro, a cotação do grão ultrapassou os US$ 1 mil (cerca de R$ 5,5 mil pela cotação atual) por bushel (unidade de medida equivalente a 27,2 quilos). No primeiro semestre, oscilava em torno dos US$ 850 (R$ 4,7 mil).

Os elevados preços e a falta de óleo de soja no mercado levaram o governo a zerar as tarifas de importação da soja, em uma tentativa de reequilibrar a oferta no país. O cenário também tem impacto no mercado de combustíveis, com a escalada do preço do biodiesel que é misturado ao diesel de petróleo vendido nos postos.

O MAPA

Em nota, o Ministério da Agricultura reconheceu que importações dos Estados Unidos não são comuns, mas afirma quer “importar e exportar constituem operações triviais e dependem apenas dos sinais dos preços”.

“A forte demanda internacional em 2020 foi atraente para as exportações antecipadas no Brasil. Aliás, se recomenda como proteção de ganho do produtor a venda antecipada do produto”, diz, acrescentando que a safra que está sendo plantada já está praticamente vendida, aproveitando as altas cotações internacionais. (Com informações da Folha de S.Paulo)

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