Criada em 23/03/2017 às 06h37 | Mercado

"Temos que aguardar", reage secretário de Desenvolvimento Econômico diante de crise da carne e queda das exportações

Para Alexandro de Castro, "o que cabe ao Governo é continuar firme com as ações da Adapec, que é extremamente rígida e atuante". Titular da Seden e nenhum outro representante do governo mencionou ao menos contato com representantes do setor produtivo para discutir impactos ao Estado.

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O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Alexandro de Castro: "No caso específico do Tocantins, não temos nenhum frigorífico que foi citado na lista, ou que tenha sido colocado sob suspeita" (foto: Emerson Silva\SecomTO\Arquivo)

Em meio a informações negativas sobre quedas drásticas nas exportações de carne do Brasil, que trazem impactos diretos ao Estado, o secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura do Tocantins, Alexandro de Castro, declarou que é preciso "aguardar". "Não temos nenhum frigorífico que foi citado na lista, ou que tenha sido colocado sob suspeita. Assim, temos que aguardar mais essa semana até que toda situação possa estar devidamente esclarecida”, afirmou o secretário. 

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As declarações constam em material de divulgação do próprio governo do Estado distribuído à imprensa na tarde dessa quarta-feira, 22. O teor das aspas do secretário foi esse: “Com relação aos impactos dessa operação nas exportações do Estado, temos uma situação que é a mesma dos outros estados. Alguns países estão tomando medidas de suspender temporariamente a importação até que tudo seja esclarecido. O tempo ainda é muito curto e há dúvidas sobre as carnes que foram exportadas para esses lugares, portanto eles estão adotando medidas protetivas, mas que certamente poderão ser revistas nos próximos dias. A Coreia do Sul, por exemplo, já suspendeu a sua restrição à carne brasileira. Então tudo é uma questão de determinar a devida procedência. E, no caso específico do Tocantins".

MISSÃO? PROMOVER DESENVOLVIMENTO

Titular da pasta do governo que segundo a página institucional tem a missão de "promover o desenvolvimento econômico sustentável do Tocantins, fortalecendo a capacidade competitiva dos setores comercial, industrial, mineral e turístico", Castro reagiu desta forma sobre o que cabe à gestão fazer diante da crise: “O que cabe ao Governo é continuar firme com as ações da Adapec, que é extremamente rígida e atuante, e que está presente em toda a cadeia de produção, seja bovino, suíno ou de aves”.

Embora nenhum frigorífico do Tocantins tenha sido alvo da ação, os impactos econômicos da crise desencadeada após a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, são imediatos. 

O secretário e nenhum outro representante do governo do Estado, porém, não mencionou nenhuma medida ou iniciativa voltada à cadeia produtiva da carne do Estado, que ele próprio classifica de como o segundo produto mais exportado do Tocantins.

“A carne representa uma parcela importante e que vem crescendo nos últimos anos. Então o principal efeito é resolver essa situação para que esse crescimento continue e que essa exportação continue na mesma tendência que tinha antes, ou seja, só aumentando os seus números e contribuindo assim mais fortemente a geração de riqueza no Estado”, assinalou, sem ao menos falar em alguma reunião ou contato com os representantes do setor para discutir a situação e os reflexos no Estado.

O Estado, entretanto, anunciou duas medidas após a deflagração da operação Carne Fraca: realização de visitas às regionais da Adapec e intensificar a fiscalização dos produtos e a produção de alimentos de origem animal no Estado.

EM VALORES

O Norte Agropecuário revelou na segunda-feira, 21, com exclusividade, que a crise da carne atingiria em cheio o Tocantins. Motivo: China e Chile, primeiros países que anunciaram o embargo à carne brasileira, importaram mais de um terço de toda a carne comprada por países estrangeiros no Estado em 2016 – 35,53%. No total, os dois países adquiriram US$ 48,38 milhões de carne e derivados tocantinense.

E mais: Hong Kong segue, neste ano, sendo o maior comprador de carne (e derivados) tocantinense. No primeiro bimestre do ano, a região administrativa especial da China importou 1,55 milhão em carne tocantinense, o que representou US$ 5,44 milhões (R$ 16,82 milhões na cotação desta terça-feira, 21 de março).

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