Criada em 28/05/2018 às 16h22 | Agronegócio

Em reação ao preço mínimo do frete, entidades do agronegócio afirmam que não pagarão a conta da greve dos caminhoneiros

Entidades que representam as principais cadeias produtivas do agronegócio brasileiro se posicionaram contra a tabela de preço mínimo estipulada pelo governo. Entretanto se não houver outra maneira, as entidades agrícolas querem participar da discussão do preços mínimos.

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Caminhoneiros bloqueiam a rodovia Régis Bittencourt, em São Paulo (SP) - 24/05/2018 (Miguel Schincariol/AFP)

Reportagem da Folha de São Paulo desta segunda-feira, 28, destaca que oito entidades que representam as cadeias produtivas do agronegócio se posicionaram contra a tabela de preço mínimo para o frete rodoviário, estabelecida pelo governo Temer em medida provisória para tentar acabar com a greve dos caminhoneiros.

Para as entidades, o tabelamento do frete pode acabar deixando a conta da paralisação dos caminhoneiros para as indústrias ligadas ao setor agrícola, que utilizam o transporte rodoviário como principal meio de escoar a produção. Estavam presentes representantes dos esmagadores de soja, da indústria de suco de laranja e dos fabricantes de ração.

“Temos que ter liberdade na negociação do preço do frete. São dezenas e dezenas de tipos diferente de carga. Implementar esse preço mínimo é impossível”, disse o diretor-executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), Roberto Betancourt, à reportagem.

O diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, destacou que os preços do frete já subiram 15% este ano e vinham se ajustando ao aumento no valor do diesel, e que o problema foi provocado por um aumento excessivo na carga tributária do combustível por parte do governo. “Por conta disso, o mercado não reagiu perfeitamente. Não podemos pagar a conta desse ajuste”, disse Nassar.

Segundo Nassar, se o preço mínimo do frete for realmente inevitável, o setor agrícola quer pelo menos participar da discussão da tabela.

Pela medida provisória, os preços mínimos do frete, que devem ser divulgados em cinco dias e vigorar por um semestre, serão definidos pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), após consulta aos caminhoneiros autônomos, cooperativas e transportadoras. A MP não inclui os tomadores de frete na discussão.

A reportagem mostra ainda que o setor agrícola é um dos mais afetados pela greve. As indústrias de farelo de soja e biodiesel estão paradas porque não conseguem escoar a produção e não têm mais lugar para armazenar produto. Sem receber o farelo de soja e outros insumos, as fábricas de ração também pararam e não conseguem enviar produto para as granjas, o que já provoca mortes de animais. (Fonte Folha de São Paulo)

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