Criada em 18/10/2018 às 17h43 | Suinocultura

Três novos focos de peste suína são detectados no Ceará

Primeiro foco foi registrado em agosto, em município distante 215 quilômetros de Fortaleza. Os outros três focos foram encontrados em Groaíras, Santa Quitéria (municípios próximos) e um novo caso também em Forquilha.

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A força-tarefa com 20 técnicos faz inspeções nas propriedades e em feiras livres que ficam em um raio de 3 quilômetros a partir dos focos (foto: CNA/Divulgação)

Edwirges Nogueira
DE FORTALEZA (CE) 

O estado do Ceará registrou quatro focos de peste suína clássica (PSC) desde agosto, quando o primeiro caso foi encontrado no distrito de Mulungu, em Forquilha (a 215 quilômetros de Fortaleza). As autoridades sanitárias locais montaram uma força-tarefa para conter a propagação da doença. Os outros três focos foram encontrados em Groaíras, Santa Quitéria (municípios próximos) e um novo caso também em Forquilha.

A peste suína clássica não atinge humanos, mas causa prejuízos para os produtores, pois os porcos precisam ser sacrificados para que o vírus, que é contagioso e causa alta mortalidade entre os suínos, não chegue a animais sadios.

A força-tarefa com 20 técnicos faz inspeções nas propriedades e em feiras livres que ficam em um raio de 3 quilômetros a partir dos focos. De acordo com o diretor de Sanidade Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), Amorim Sobreira, a principal preocupação é impedir o trânsito de animais para que o vírus não se propague.

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Os quatro focos foram encontrados em pequenas propriedades cujos produtores criam porcos para sua subsistência ou para pequenas vendas, mas não implementam medidas de biosseguridade, como a inspeção frequente de um veterinário, a alimentação adequada dos animais e a comercialização com guia de trânsito animal, que permite o rastreio de porcos doentes, por exemplo. Segundo o diretor, nenhuma propriedade tinha cadastro na Adagri como produtora de suínos.

“Os pequenos produtores comercializam suínos de maneira que o estado não fica sabendo. O foco deles são as feiras, onde a venda acontece sem o exame prévio por um veterinário. Às vezes o animal está doente, vai para uma propriedade limpa e o vírus se propaga. É uma dificuldade cultural. É muito fácil criar um porquinho no quintal.”

A dificuldade de controlar a origem e o trânsito de suínos contribui para que o Ceará não faça parte da zona livre de peste suína clássica. Essa zona, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), é formada pelo Distrito Federal e pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Tocantis, Rondônia e Acre.

AS VISITAS 

Desde que o primeiro foco foi encontrado, em agosto, os técnicos da Adagri já visitaram cerca de 150 propriedades, onde os produtores são cadastrados e os animais farão parte de um censo. Nessa quarta-feira, 17, segundo Sobreira, os 28 locais visitados não apresentaram qualquer suspeita do vírus.

Um dos objetivos da força-tarefa é também descobrir a origem do vírus, pois a doença foi descoberta a partir da notificação de um produtor. É por meio desse aviso que a agência começa a atuar, disse o diretor.

“Pode ser que o vírus estivesse já na região, mas não era notificado. Na conversa com o produtor que nos notificou, ele falou de um outro produtor para quem vendeu um porco onde também houve mortes de animais. A partir daí, fomos procurando novas ocorrências.”
Por haver muitos pequenos produtores de suínos no Ceará, o diretor explica que é difícil manter uma vigilância ativa de todas as propriedades, mas que trabalha em parceria com as prefeituras dos municípios para que as informações sobre possíveis doenças cheguem à agência. Ele também ressalta que esses produtores podem ter acesso à assistência técnica gratuita para implementar medidas de biosseguridade.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) garante que não há risco de o vírus da peste suína clássica se propagar para a zona livre pelo fato de o Ceará não ser um grande produtor de carne suína nem manter fluxo comercial com os estados do Sudeste, Centro-Oeste e Sul ou realizar exportação desse produto. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecúária e Abastecimento (Mapa), a zona livre concentra mais de 95% de toda a suinocultura brasileira. (Da Agência Brasil)

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